São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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Novo técnico promete manter o esquema tático e usar velocidade

WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores do Corinthians não deverão sentir muitas alterações com a chegada do técnico Afrânio Riul. A exemplo do seu antecessor Mário Sérgio, Riul disse, em entrevista à Folha, que a forte marcação de meio-campo é a base do seu sistema tático. "No futebol atual todos devem defender e atacar. Ninguém possui posição fixa", prega o ex-ponta-direita da Ponte Preta, que esteve no banco de reservas, durante a histórica final do Campeonato Paulista, em 77. "Conheci a força da torcida corintiana e pretendo usá-la para motivar os jogadores", disse.(WBJr)
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Folha - Como o senhor pretende armar o time do Corinthians?
Afrânio Riul - Primeiro usarei estes dias de pré-temporada para conhecer as características dos jogadores. Não irei impôr um sistema para o time, mas os jogadores –com suas próprias características– que me proporcionarão um sistema a ser adotado.
Folha - Mas o senhor tem preferência por algum esquema tático?
Riul - Sim. Gosto de jogar com dois volantes. Desta maneira, a defesa fica bem protegida e os laterais ganham maior liberdade para apoiarem o ataque.
Folha - A marcação é essencial?
Riul - Sem dúvida. No futebol atual todos devem defender e atacar. Independente da sua posição. Ninguém tem posição fixa. A velocidade no modo de jogar é algo que todo time precisa ter.
Folha - Mas não se trata de um esquema de retranca?
Riul - De maneira nenhuma. Sou adepto do futebol arte. Do jogo para frente. Mas não é possível, atualmente, jogar e deixar os outros jogarem. O ideal é jogar e, usando da marcação, não deixar que os outros joguem.
Folha - O senhor ainda não trabalhou em times grandes. Como será o convívio com jogadores que já atuaram em seleção brasileira?
Riul - Será normal. Não acredito que tenhamos problemas, porque trabalho com muita tranquilidade e honestidade. Procuro usar de sensibilidade e de muita habilidade para não ferir o sentimento de cada profissional e conseguir, que cada atleta, renda o máximo para o time.
Folha - O Dener deve ser contratado. Ele é considerado um jogador indisciplinado.
Riul - Ele é um grande jogador. Seria ótimo tê-lo no time. Acredito que só por estar no Corinthians, isto já seria uma motivação a mais para ele. Tenho certeza de que o Dener terá uma grande passagem pelo Corinthians, caso seja contratado.
Folha - Você esteve na reserva da Ponte Preta na histórica final de 77. E foi palmeirense na infância?
Riul - (Risos) Nossa, não brinca com isso. Sou corintiano desde criançinha (risos). Na verdade, conheci a força da torcida naquela época e pretendo usá-la para motivar os jogadores.

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