São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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Marca de 'Paixões' é gângster na banheira

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

PAIXÕES EM FÚRIA. Globo, 1h.
EUA, 1948, 101 min. Direção: John Huston.
Apesar de Humphrey Bogart e Lauren Bacall, a imagem mais marcante de "Paixões em Fúria" é a de Edward G. Robinson dentro de uma banheira, charuto na boca e um ventilador girando para refrescar o ar.
Nessa imagem está toda a formidável arrogância do gângster que, acompanhado por seus pistoleiros, invade um hotel em Key Largo, Flórida, e domina hóspedes e proprietários. Mas são o ventilador e o charuto que dão o toque e fazem a cena invulgar.
O gângster não parece satisfeito com o ar carregado. Ainda é preciso que lhe acrescente a poluição do charuto. O ventilador entra como o frágil elemento de respiro, num filme em que o fechamento dos espaços dá o tom (mas o fato de ser adaptado de uma peça teatral é secundário).
A segurança dos tempos e a evolução do suspense, num roteiro bem escrito, ajudam a fazer de "Paixões em Fúria" um dos trabalhos mais encantadores de John Huston, embora a elegância das imagens seja desigual. Num trabalho dessa natureza –feito em preto-e-branco– contam muito o roteiro inteligente (escrito por Huston e Richard Brooks), a fotografia de Karl Freund e, claro, o ótimo elenco. (Inácio Araujo)

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