São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Santos é tido como articulador

DA REPORTAGEM LOCAL

Na política paulista e entre os empreiteiros, Luiz Carlos Santos tem fama de hábil articulador e saber aderir aos vencedores. Santos já foi antiquercista, virou ferrenho quercista e voltou a combater o ex-governador. Sempre foi contemplado com cargos nas administrações estaduais do PMDB.
Santos montou em São Paulo uma sólida estrutura política e financeira. No Tribunal de Contas do Estado (TCE) contava até recentemente com a amizade do irmão, Paulo de Tarso, e de Orlando Zancaner, ambos conselheiros. Nunca viu seu nome envolvido em denúncias de irregularides, embora tenha despertado a ira de muitos peemedebistas concorrentes pelo hábito de patrocinar campanhas eleitorais caras.
Na campanha paulista de 86, Santos insinuou apoio a Antonio Ermírio de Moraes, candidato do PTB ao governo, mas logo se recompôs com o Quércia vencedor. Como deputado estadual foi um dos maiores defensores de Otávio Ceccato, homem de confiança de Quércia, quando estourou o chamado "escândalo da Raspadinha", a loteria instantânea paulista.
Contemplado por Quércia com a Secretaria de Negócios Metropolitanos, escapou incólume ao escândalo protagonizado pelo enriquecimento de Antônio Sérgio Fernandes, então presidente da Companhia do Metrô e seu subordinado. Santos sempre declarou ser amigo do empresário Roberto Amaral, superintendente da construtora Andrade Gutierrez em São Paulo e com grande influência política, mas reagiu contra qualquer insinuação que o ligasse àquela empresa.
No governo Itamar, Santos rompeu com Quércia ao saber que o ex-governador bombardeara sua indicação para o Ministério dos Transportes. A hostilidade entre os dois é grande, embora recentemente o novo líder do governo tenha tentado a reaproximação através de um amigo comum, o conselheiro do TCE Antônio Carlos Mesquita. Santos é amigo de José de Castro, presidente da Telerj e muito ligado a Itamar. Waldemar Neves, presidente da poderosa Telesp, foi indicado por Santos. (Carlos Eduardo Alves e Xico Sá)

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