São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Cresce disputa no mercado de tênis

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A briga pela venda de tênis no Brasil vai ser feia este ano. É cada vez maior o número de marcas num mercado estacionário. A expectativa dos especialistas do setor é de que a produção de tênis em 1994 fique próxima a 128 milhões de pares, igual à do ano passado, que foi 6% superior à de 1992.
Não se prevê, a curto prazo, queda de preços por conta da guerra para expandir vendas. O tênis vai continuar sendo uma das peças mais caras do vestuário. É o que informam alguns expositores da Couromoda/ Feninver –mostras de calçados, artefatos de couro e confecções que terminam amanhã em São Paulo.
Para chamar a atenção dos clientes, as empresas prometem gastar mais dinheiro em propaganda e promoção, renovar linhas de produtos, buscar eficiência e fazer parcerias com detentores de tecnologia.
A Grendene, por exemplo, decidiu centrar forças na marca Pony, da inglesa Pentland. Em 93, ela foi vista só nos calçados para crianças. Em março, chegam às lojas os modelos para adultos.
A estratégia da empresa é vender 5 milhões de pares este ano no país. Desse volume, 4,3 milhões de pares se destinarão às crianças. Ao consumidor, eles chegarão por preços que variam entre US$ 48 e US$ 80. A empresa quer levar os tênis para a Argentina e Colômbia. As exportações deverão somar 1 milhão de pares em 94.
Para anunciar a estratégia da Grendene e da Pentland veio ao Brasil Stephen Rubin, presidente internacional do grupo inglês. Segundo ele, a Pentland reserva US$ 350 milhões para propaganda e promoção em todo o mundo. O Brasil, diz ele, deve receber uma "fatiazinha" desse dinheiro. A Grendene programa gastar US$ 18 milhões em marketing em 94, dos quais US$ 2 milhões com a Pony.
Em março chegam os tênis da italiana Fila. O grupo Brochier –que produz as marcas All Star, Nautilus, Sixteen e Pro-Specs– pretende colocar no mercado este ano entre 200 mil e 250 mil pares de tênis Fila. Na metade do ano alguns modelos começarão a ser feitos no país. Para o consumidor, eles chegarão por preços que variam entre US$ 45 e US$ 60.
A marca americana Converse é outra que promete chegar com força. A Impar Sports Amazônia informa que vai importar entre 200 mil e 250 mil pares de tênis este ano. A estratégia é fazer alguns modelos, mais simples, no país. A Impar vai licenciar uma empresa brasileira.
O grupo Martiniano, que comercializa a marca M2000, informa que vai tentar manter seu espaço no mercado de tênis com preços mais em conta do que os concorrentes –em torno de 10% e 15%– e continuar com forte trabalho de marketing.
"Estamos bem identificados com o público jovem", diz Rogério J. Santos, gerente de marketing. A empresa deve manter neste ano investimentos em propaganda e promoção próximos de US$ 6,4 milhões –dinheiro gasto também em 93. "Vamos acompanhar de perto as tendências de novos materiais para tornar os tênis mais leves, duráveis e confortáveis."

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