São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Gaviões cria área de segurança

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A torcida organizada Gaviões da Fiel decidiu agir contra os arrastões nos estádios de futebol. "Sócio da Gaviões que for pego participando de saques terá sua camisa e carteirinha confiscada", disse José Claudio de Almeida Moraes, o Dentinho, presidente da Gaviões. O confisco da carteirinha significa, na prática, a desfiliação.
Dentinho, 34, disse que é impossível para a Gaviões impedir os arrastões em jogos do Corinthians, mas afirmou que na área da sua torcida haverá segurança. Ambulantes apontam a Gaviões como uma das torcidas em que há mais arrastões.
"Os arrastões criam uma imagem negativa para nós. É preciso acabar com eles", disse Renato Rocha Viana, 26, o Renato Branco, tesoureiro da Gaviões. Dentinho acrescenta que o público da Copa SP não é o do futebol. "Tem muito adolescente, desempregado, galerinha de bairro, gente que só vai porque a entrada é grátis." Para ele, a solução é cobrar ingresso nos jogos da Copa. Ele admitiu, porém, que não tem controle sobre os seus associados. "32 mil pessoas é muita gente."
O secretário da torcida, Renato Luís de Souza, o Renato Preto, 20, diz que a Gaviões está muitas vezes levando uma culpa que não merece. Segundo eles, muitas das pessoas envolvidas usam camisas "falsificadas" da Gaviões. "Só na partida contra o Cruzeiro tomamos, mas sem violência, 30 camisas falsas", conta. Essas camisas são protegidas por patente e só podem ser vendidas a associados e ainda assim sob certas restrições. Uma delas é que ela não pode ser usada fora de dia de jogos. "Já fizemos uma denúncia à fiscalização das regionais, mas ainda tem muita camisa à venda em ambulantes na porta dos estádios e no centro", completou Dentinho. (MD)

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