São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994
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CPI quebra sigilo de pessoas ligadas a Roriz

ELVIS CESAR BONASSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI do Orçamento quebrou ontem o sigilo bancário de cinco pessoas e instituições ligadas ao governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PP): Ronaldo Junqueira (jornalista), Wanderlan Dias Soares (supostamente um "fantasma"), Valdivino Pinheiro (ex-capataz das fazendas do governador), Fundação Fraternidade Essênia e Joana D'arc Fraga (vice-presidente da fundação).
O nome de Ronaldo Junqueira foi incluído ontem, em virtude de novas denúncias que chegaram ao conhecimento da CPI. Segundo o deputado Benito Gama (PFL-PE), a conta em nome de Wanderlan Dias Soares pode ter surgido com o pagamento de propina de uma empresa que vendeu alimentos para o programa de merenda escolar da FAE (Fundação de Assistência ao Estudante).
A origem da conta foi relatada ao deputado Benito Gama (PFL-BA), coordenador da Subcomissão de Bancos, por duas fontes diferentes. Com base nisso, a CPI quebrou ontem o sigilo bancário de Junqueira.
A conta "fantasma" de Wanderlan foi aberta em 9 de novembro de 1990. Poucos dias depois, recebeu um depósito equivalente a US$ 735 mil. Esse valor seria correspondente a parte da propina paga por uma empresa que vendeu merenda escolar para a FAE naquele mesmo mês. Segundo a versão investigada pela CPI, os lobistas que receberam o dinheiro teriam recorrido a Junqueira para ajudá-los no negócio. Por isso, usaram a conta de "fantasma" para pagar a parte dele quando a propina saiu.
Na versão que chegou à CPI, Junqueira também mobilizou alguns amigos, entre eles Roriz, para garantir o fechamento do negócio.

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