São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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Duas gerações celebram metal no HR

DA REPORTAGEM LOCAL

A segunda noite do Hollywood Rock em São Paulo levou públicos distintos ao Morumbi. De um lado, os jovens fãs do Sepultura. Do outro, os saudosistas do rock setentista do Led Zeppelin, ex-banda de Robert Plant, a última atração da noite. O que poderia ter se traduzido num conflito entre diferentes gerações de amantes do heavy metal acabou sendo uma noite tranquila.
O Sepultura foi responsável pelo pico de público na noite de sábado. Segundo a PM, 50 mil pessoas estavam no estádio às 20h41, quando a banda de thrash mineira subiu ao palco. Ao longo da noite, o público flutuou entre 20 mil e 50 mil pessoas. Max Cavallera, vocalista do Sepultura, foi chamado após o show para prestar esclarecimento na 34.ª DP (Morumbi) por suspeita de ter pisado na bandeira do Brasil no final do show.
Segundo o agente policial Reginaldo Garrido, que acompanhou o depoimento de Max no sábado, o cantor alegou ter tropeçado na bandeira. A polícia pediu à organização do festival uma fita de vídeo para conferir se houve uso indevido da bandeira nacional, considerado contravenção penal.
O único caso grave registrado pelo serviço médico aconteceu logo no início do show do Sepultura. Ronaldo Gorilla, 21, se envolveu numa briga e teve metade de sua orelha direita arrancada por "um loiro que não podia ser normal", disse. O caso não teve registro na PM. Gorilla foi levado ao Hospital do Morumbi e voltou ao estádio depois de medicado.
O médico Roberto Soerensen, 31, responsável pelo posto médico localizado na pista, disse que, ao longo da noite, foram registrados 440 atendimentos, contra 360 na noite anterior. Segundo a tenente Cláudia Virgílio, foram registrados 72 ocorrências por conduta inconveniente, cinco por porte de drogas (todas com maconha) e quatro menores encaminhados ao juizado de menores.
Houve confusão no camarote vip da Souza Cruz na meia hora final do show de Robert Plant. Um oficial de justiça do juizado de menores fiscalizava o local e pediu a carteira de identidade do menor J.R.D., 17. Embriagado, o rapaz se negou a entregar o documento. Começou então um bate-boca que acabou na sala do Juizado, atrás do palco montado no gramado do Morumbi. O menor foi liberado uma hora depois, sem registro de ocorrência.

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