São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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Kid Joe põe água na fervura

MARCEL PLASSE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O que fazer depois do apocalipse? Depois de baterias desmoronando, guitarras jogadas, raiva, frustração, polícia? E quando o apocalipse termina com o gênesis, com o baby Zyon Cavalera apresentado ao público? Ugly Kid Joe caiu, depois do Sepultura, como água fria na fervura.
Abriram-se clareiras de tédio. Mas o vocalista bonitinho Whitfield Crane tinha um plano para agradar o Morumbi: a indefectível camiseta do time do São Paulo. A idéia era tão esperta que o Live tinha pensado a mesma coisa algumas horas antes.
Na música, só conseguiu agradar com os hits da MTV, especialmente "Everything About You". O jeito foi apelar. Whitfield chegou até a escalar a estrutura de metal do palco, como um Tarzan da Califórnia, para cantar uma das muitas músicas mornas de seu repertório.
Não conseguiu evitar, de todo modo, copos e líquidos disparados contra o palco, embora tenha também recebido um sutiã preto na cara ao longo do show. O fato mais constrangedor ocorreu quando, para introduzir um cover de Black Sabbath, o vocalista agitou o público com pedidos de "Ozzy-Ozzy", mas a banda no palco continuou a ser Ugly Kid Joe.

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