São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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Câmara hiperbárica ajuda no tratamento

ESPECIAL PARA A FOLHA

Medicina hiperbárica é o campo de atividade que lida com problemas relacionados a variações de pressão. Usa-se uma câmara hiperbárica, onde o ar é colocado a pressões altas e formado apenas por oxigênio. Nos casos de doenças descompressivas, isso faz com que as bolhas de nitrogênio se dissolvam e possam ser eliminadas pela respiração. Além disso, as áreas que estavam em isquemia (diminuição da circulação sanguínea e portanto da quantidade de oxigênio) são oxigenadas.
"Mesmo em casos graves, se o mergulhador for tratado até três horas depois do acidente as chances de recuperação são muito boas", diz o médico Ivan Jorge Ribeiro, diretor do Centro Médico Hiperbárico de São Paulo.
Não é a única utilidade do método. O oxigênio em altas concentrações tem efeito desintoxicador de outros gases, favorece a vascularização, é antiinflamatório, cicatrizante e age contra microorganismos que causam doenças.
"Em algumas situações é tratamento de primeira linha, ou seja, deve ser sempre indicado. Em outras pode ser usado como coadjuvante", explica o médico. Um grande problema é que existem poucas câmaras no país.
Se o método é pouco difundido pelo que faz, é muito falado pelo que não consegue fazer. Acredita-se que a hiperoxigenação tornaria o raciocínio mais rápido. "Isso não é verdade. O que acontece é que em alguns casos, por exemplo de fumantes crônicos, o monóxido de carbono, que é tóxico para o cérebro, pode deixar o raciocínio mais lento. A câmara pode melhorar, mas não deixa ninguém mais inteligente", diz Ribeiro.
Outro mito é a utilidade de rejuvenescimento. Para o médico, não há qualquer sentido nisso. É verdade que a pele fica melhor durante as sessões, mas o efeito é interrompido com o fim do tratamento.

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