São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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Redes de franquias crescem com a expansão dos shoppings

Algumas marcas só operam em centros de compras

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento dos shopping centers, que ocorreu de forma acelerada na década passada, favoreceu o florescimento de redes de franquias –a ponto de, atualmente, 33% das lojas vinculadas a cadeias de franquias estarem estabelecidas em centros de compras. Esse percentual sobe para 75% se consideradas as marcas de confecções.
Algumas delas, como a Guaraná Brasil e a Pakalolo, que possui mais de uma centena de pontos de vendas, operam exclusivamente nesses locais. Marcas famosas, como Amor aos Pedaços, Zoomp e Benetton, plantaram nos templos de consumo mais da metade de sua rede.
As 2.992 lojas que operam nos dez shoppings paulistanos pesquisados pelo consultor Tadeu Masano exibem em suas vitrines 1.643 diferentes marcas. Dessas, praticamente 70% estão representadas por uma única loja e somente 15% por duas.
Existem apenas dois logotipos presentes nos dez empreendimentos: as redes McDonald's, de fast food, e O Boticário, de perfumaria. Exemplos de cadeias com marcante atuação em nove centros de compras são a Casa Centro (eletrodomésticos), Pakalolo (moda), Kopenhagen (chocolate), Le Postiche (couro), Fotomática (fotografia) e Siciliano (livraria).
"Na década de 70 e até o início dos 80, o shopping center foi o vetor da expansão do varejo", afirma Masano. Para penetrar ou expandir sua presença em mercados regionais, grandes cadeias como C&A e Mesbla utilizaram-se das lojas âncoras. "Isso foi resultado de uma evolução natural do varejo, que buscava uma estrutura mais racional de espaço, menores custos e volumes de negócios mais elevados", acrescenta.
O consultor constatou que existem 550 marcas de franquias operando atualmente em shopping centers. A dependência representada pela alavancagem do sistema de comercialização nos centros de compras é ainda mais visível em São Paulo, por concentrar 40% de quase uma centena de empreendimentos em operação ou sendo construídos no país e responsáveis por vendas estimadas em US$ 4 bilhões, o que corresponde a 11% do movimento do varejo. (NB)

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