São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994 |
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Verdy é campeão japonês e Zico é expulso na despedida
ANDRÉA FORNES
"Foi roubo. Eu saio daqui roubado. Sinto como se alguém tivesse roubado o meu dinheiro. Esse juiz tinha que ir preso hoje. É o PC Farias do Japão. Tinha que ir para a cadeia", disse Arthur Antunes Coimbra à Folha ainda no estádio Nacional de Tóquio. Após deixar o gramado ele tomou banho, trocou de roupa e ficou sozinho sentado em um dos bancos do vestiário à espera do encerramento do jogo. "Não concordei com o penâlti e, uma coisa que a gente faz no Brasil, fui dar uma olhada. Ele juiz Shizuo Takada me expulsou. Já devia estar com a camisa do Verdy por baixo e mais uma vez ficou comprovado que a gente não ia ser campeão aqui", afirmou. Segundo Zico, o lance envolvendo o meio-campo do Verdy não foi penâlti. Ele critica outras duas decisões da arbitragem na final japonesa. Aos 12min do segundo tempo, o brasileiro Alcindo teria sido derrubado pelo mesmo Paulinho dentro da área e o juiz não marcou a penalidade máxima. Aos 21min, o goleiro Kikuchi teria feito uma defesa com as mãos segurando a bola fora da área. "Estava determinado para o Yomiuri fazer o gol. Acho que se não marcasse o juiz mesmo chutava a bola para dentro. Comigo em campo se eles não roubarem, não ganham da gente. Toda vez que o Kashima joga com o Yomiuri a gente ganha ou eles roubam. O Zico incomoda muita gente", disse. Pouco antes da expulsão, aos 16min, o craque havia recebido um cartão amarelo por reclamar de uma falta contra o meio-campo Kitazawa do Verdy. Zico não soube informar se a sua equipe vai apresentar protesto formal à J-League (liga profissional). "Quando as decisões eram com juízes internacionais não havia problema. Não tem um juiz japonês que serve. Tem que ir todo mundo embora. Este está com a camisa verde do Yomiuri por baixo e deve ter levantado o troféu com eles. Os jogadores nem tiveram vontade de comemorar porque sabiam que receberam ajuda." Na sua opinião, o Japão nunca chegará a uma Copa de Mundo se continuar favorecendo alguns times. Ele citou as eliminatórias da Copa dos EUA em que havia cinco jogadores do Yomiuri na seleção. "Ninguém deixou ganhar na Arábia Saudita e eles ficaram de fora. Aqui os jogadores do Yomiuri são favorecidos e lá são eliminados." Texto Anterior: Kazu Miura, ex-Santos, é o herói da decisão Próximo Texto: Final do estadual feminino une gerações do basquete Índice |
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