São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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Sem meio termo

CIDA SANTOS

O mundo do vôlei vai ferver esta semana. O Banespa, do camisa dez Max, e o Palmeiras/Parmalat, do "el Toro" Gílson, vão se enfrentar quinta-feira. São os dois times mais recheados de estrelas da Liga Nacional. A cinco rodadas para o final da fase de classificação, os ginásios começam a ficar mais cheios. O clima é de espionagem total. Em jogos do Banespa, pode olhar para as arquibancadas: você vai ver os jogadores do Palmeiras sentadinhos e de olhos bem abertos. E vice-versa quando a partida é do Palmeiras.
Se no futebol há a possibilidade do empate para acomodar as inquietações, no vôlei o placar é claro: é vitória ou derrota. Sem meios termos, os times também começam a mostrar suas armas. A novidade no Palmeiras é a volta do atacante de meio Claudinei. Ele sempre foi comparado a Amauri, um estilo de poucas palavras e muita eficiência. Na preparação para a Olimpíada de Barcelona, em 92, o técnico José Roberto Guimarães distribuiu um questionário para os jogadores da seleção. Uma das perguntas era: qual deve ser o time titular do Brasil? Em quase todas as respostas uma unanimidade: Claudinei.
Só que ele não foi para a Olimpíada, como também não jogou a Liga Mundial de 93 e nem o Mundial Juvenil de 87. O motivo? Contusões. Ou melhor, uma série de contusões e operações. Ora na perna, ora no calcanhar, ora no abdômen. Chegou a ficar dois anos sem tocar na bola. Diz que beirou o desespero. Fez promessa, levou sua camisa 11 da seleção até Aparecida do Norte. Ficou bom e passou a achar que as contusões eram coisas do destino. Depois, machucou-se de novo. Ficou seis meses sem jogar. Fez nova promessa. Na última quinta-feira, na partida contra o Rhodia/Pirelli, ficou no banco entre os 12. Não entrou na quadra, mas já foi uma vitória.
O atacante Jorge Édson, do Palmeiras, parece também sair de um drama. Depois da conquista da medalha de ouro olímpica com a seleção, passou 93 quase sem tocar na bola. Torceu o joelho e teve que ser operado. Quando já estava ficando bom, torceu o tornozelo em um treino. Nova cirurgia e mais cinco meses sem jogar. Sua volta às quadras também foi quinta-feira contra o Rhodia. Entrou no segundo set, acertou o bloqueio do time e não saiu mais. Não à toa, Jorge mandou confeccionar e já usa uma camiseta com a frase: "Enfim, 94".

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