São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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Clinton diz que Síria quer paz com Israel

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, 47, afirmou ontem em Genebra ter recebido garantias do seu colega sírio, Hafez Assad, 64, de que a Síria deseja ter com Israel plenas relações diplomáticas e comerciais. O comentário foi feito após reunião de cinco horas.
Clinton disse que "se os líderes de Israel tiverem a coragem de responder a esse tipo de paz, uma nova era de estabilidade vai nascer". O presidente sírio afirmou que a condição para a paz é a retirada de Israel das colinas do Golã, ocupadas em 1967, e pediu uma paz global para a região.
Israel e Síria têm negociado um acordo desde 1991 na conferência para a paz no Oriente Médio sediada em Washington. Apesar do encontro entre Clinton e Assad, não se espera que a nova fase da conferência, marcada para ter início amanhã, apresente resultados concretos a curto prazo. Israel tem se recusado a retirar seus soldados do Golã antes de um acordo com a Síria que garanta relações normais entre os dois países.
A cúpula Clinton-Assad é o coroamento do processo de reaproximação entre seus países, fortalecido quando a Síria apoiou a coalizão liderada pelos EUA contra o Iraque na Guerra do Golfo, em 1991. Apesar disso, a Síria continua na lista de países que, segundo o Departamento de Estado norte-americano, dá apoio a atividades terroristas no mundo.
Os jornais dos EUA lembraram ontem que Assad, no poder desde 1970, foi considerado durante muito tempo pelo governo americano um líder tão hostil quanto o iraquiano Saddam Hussein. O massacre de 20 mil civis na cidade síria de Hama, há 12 anos, foi citado por vários jornais.

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