São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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Salinas concede anistia a rebeldes de Chiapas

DAS AGÊNCIAS INTENACIONAIS

O presidente do México, Carlos Salinas de Gortari, anunciou ontem que vai enviar ao Congresso "uma iniciativa de lei para outorgar anistia geral" para quem participou da rebelião iniciada há 15 dias no Estado de Chiapas, ao sul do país.
Salinas disse que a anistia vai cobrir "todos os participantes em todos os atos de violência" em Chiapas desde o dia 1.º de janeiro até às 11h locais (15h em Brasília) de ontem. Ações rebeldes posteriores não poderão se beneficiar da medida. Ele solicitou que a Comissão Permanente do Congresso convocasse "um período extraordinário de sessões" para aprovar a anistia.
Em pronunciamento televisionado a todo o país, Salinas não mencionou as dez exigências do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) para iniciar negociações com o governo. Entre elas estão garantias de maior acesso para a população indígena a educação, saúde, casa, terra e trabalho.
Segundo o presidente, a ação do Exército e o cessar-fogo unilateral decretado pelo governo na terça-feira aumentaram a tranquilidade em Chiapas. Até ontem o EZLN ainda não havia respondido à proposta de diálogo apresentada pelo governo.
Peritos exumaram 11 cadáveres de uma vala comum na cidade de Ocosingo, um dos lugares onde irrompeu a rebelião no Ano Novo. Segundo entidades que militam pelos direitos humanos, o número total de mortos na revolta seria bem maior do que os cerca de 100 oficialmente registrados. Habitantes locais dizem que os corpos exumados são de rebeldes do EZLN e um civil, mortos nos confrontos dos dias 2 e 3. Não houve identificação oficial.

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