São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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"Fui mal compreendido" sobre candidatura, diz FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"Fui nal compreendido" sobre candidatura, diz FHC
Ministro inicia 'operação-bombeiro' para preservar plano
O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, iniciou ontem uma "operação-bombeiro" em relação as suas próprias declarações sobre candidatura à Presidência da República e os ataques ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Preocupado com as eventuais repercussões sobre a votação do pacote fiscal, Fernando Henrique Cardoso disse a parlamentares que "fui mal compreendido" pela imprensa.
O próprio ministro tomou a iniciativa de evitar atropelos em função de entrevistas à imprensa. Pela primeira vez nos últimos meses, ele chegou ao Ministério da Fazenda e recusou-se a dar entrevistas aos jornalistas que fazem plantão no local.
Mais tarde, em reunião com parlamentares para discutir o plano econômico, Fernando Henrique Cardoso negou os ataques ao PT e a Lula, além de repetir que ainda é cedo para avaliar se permanecerá no cargo até o final do governo Itamar ou se sairá candidato.
Se depender da sua assessoria, Fernando Henrique Cardoso evitará nos próximos dias compromissos com caráter essencialmente partidário, como os de Goiânia, na última sexta-feira, quando o ministro foi lançado candidato à presidente pelo PSDB. A poucos dias da votação do ajuste fiscal pelo Congresso, esse tipo de manifestação é considerado desastroso pela equipe econômica e pelo Palácio do Planalto.
Fernando Henrique Cardoso também nega que tenha assumido a sua eventual candidatura à sucessão de Itamar em função de movimento surgido no PSDB para lançar o senador Mário Covas (SP) candidato a presidente. "O partido precisa pensar em nomes alternativos", afirma o ministro.
Na Comissão Especial da Câmara que estuda alternativas ao pacote fiscal, dois colegas de partido do ministro –José Aníbal (PSDB-SP) e José Abrão (PSDB-SP)– também exerceram a função de bombeiro junto aos demais deputados. Ambos diziam ontem que nenhuma medida adotada até agora por Fernando Henrique Cardoso teve caráter eleitoreiro.

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