São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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Ministro insiste em salários pela média

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, não conseguiu chegar a um acordo com parlamentares da Subcomissão de Política Monetária da Câmara sobre as regras de conversão de preços e salários em URV (Unidade Real de Valor).
O governo espera fazer a conversão do salário mínimo do funcionalismo federal pela média. FHC disse que "já está praticamente acertado com os empresários o acordo para converter os preços pela média". Com relação aos salários da iniciativa privada, FHC diz que a a proposta é a livre negociação, mas avisa que essa discussão deve ficar para uma segunda fase.
Os parlamentares querem definição sobre as regras de conversão, especialmente do salário mínimo, e prorrogaram os trabalhos da subcomissão por 90 dias.
Os parlamentares não ficaram satisfeitos com as explicações da equipe econômica. Além disso, os deputados querem saber como ficará o salário mínimo fixado em URV. Com relação aos salários do funcionalismo público, FHC explicou que os recursos previstos no projeto orçamentário de 94 projetam a conversão pela média.
Para converter seus salários à URV a partir do momento em que o novo indexador for criado, os trabalhadores da iniciativa privada terão duas opções, disse o deputado José Abrão (PSDB-SP). Poderão esperar pela correção integral da inflação, dentro da atual lei salarial, convertendo os salários ao valor da URV. Ou então, negociarão uma correção salarial com os empregadores fazendo, em seguida, a conversão.
A Fazenda avalia que a conversão dos salários pelo pico poderia criar uma bolha de consumo, que colocaria o plano em risco. Na prática, FHC e o presidente Itamar Franco não querem o desgaste político de obrigar legalmente os empresários a converterem os salários em URV pela média.

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