São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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Secretárias e executivos passeiam na avenida

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem passasse ontem pela Paulista encontraria a avenida em um raro clima de descontração. No lugar da clássica cena de centenas de pessoas com pressa e mal humoradas transitando pelas calçadas, o que se via eram executivos tomando sorvete, office-boys descansando nos bancos em frente ao parque Trianon e secretárias fazendo compras.
"Não tenho nada para fazer no escritório. Tudo depende da eletricidade", disse a secretária Maria Isabel Dantas, 49. Estou esperando o meu chefe chegar para ir embora. Por enquanto, vou ficar passeando", afirmou.
O operador de telex Jorge Luiz de Lima, 18, disse estar "gostando" do clima da Paulista de ontem às 15h20. "Nunca vi tanta gente junta andando por essa avenida sem nenhuma pressa. Parece uma festa."
O blecaute surpreendeu o estudante Marco Fiorese, 21. "Estou andando há quarenta minutos e não acho uma agência de banco aberta", disse. Às 16h, Fiorese havia ido a três agências e todas estavam fechadas.
A professora Vera Lúcia Valério, 44, não se conformava com o blecaute. Ela e seus três filhos não conseguiram assistir ao filme "A Família Adams", que está passando no cine Astor, no conjunto Nacional –o maior condomínio comercial da avenida, que ficou fechado durante o dia inteiro e só abriu a área de lazer às 16h40. "Uma avenida como a Paulista sem luz é um verdadeiro caos. Nunca tinha ouvida falar de um acontecimento desse tipo nessa avenida", disse.

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