São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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Hollywood volta aos tempos de euforia

ANA MARIA BAHIANA
DE LOS ANGELES

Todas as expectativas de uma década frugal, com contenção de despesas e salários, foram implodidas pela performance da bilheteria em 93: qualquer coisa entre US$ 4,8 bilhões e 5,3 bilhões foram arrecadados na boca do caixa, apenas nos Estados Unidos.
É verdade que boa parte desse desempenho se deve a um único filme –"O Parque Jurássico"–, que virtualmente acordou o mercado cinematográfico americano, e marchou mundo afora com igual desenvoltura. Mas não importa –Hollywood, que não gosta mesmo da linha modesta, está de volta aos tempos da euforia.
Com cada grande estúdio pondo na rua, em média, entre 24 e 40 filmes por ano, 94 será, pelo menos, movimentado.
Uma prévia do que esperar:
Westerns: O sucesso de "Dança com Lobos" e "Os Imperdoáveis" abriu o caminho para a volta do gênero. Com uma diferença: a safra 90 de westerns é revisionista, sensível e, na medida do possível, politicamente correta. O principal bangue bangue de 94 deverá ser "Wyatt Earp", uma releitura da história/lenda do famoso pistoleiro, estrelada por Kevin Costner e dirigida por seu velho amigo, Lawrence Kasdan. Mas também existem os westerns femininos/feministas "The Quick and the Dead", com Sharon Stone e Gene Hackman e "Bad Girls", com um elenco quase só de mulheres, encabeçado por Madeleine Stowe e Drew Barrymore.
Filmes para a família/ desenhos animados: A culpa é da Disney –e dos papais e mamães "baby boomers" que redescobriram o melhor programa para levar seus pimpolhos. O "filme para a família" foi o grande trunfo de 93, e deve repetir a dose em 94 –todo estúdio tem pelo menos um desses em seu portfolio para este ano. Só a Disney tem dois lançamentos para este ano: "The Lion King", em junho, e "Pocahontas", em novembro. Mas ainda existem "Thumbelina" e "The Swan Princess" e "The Princess and the Goblin", todos independentes –mais o caríssima "The Pagemaster", da Turner, que mistura animação e atores, e tem a presença do inefável Macaulay Culkin. Na área não-animada, a estrela familiar de 94 deverá ser "The Flinstones", a versão ao vivo e em cores do famoso desenho da TV –produzida pela Amblin de Steven Spielberg.
Filmes de ação: O rolo compressor de explosões e pancadaria levou uma esfriada e tanto em 93 com os fracassos de "O Ultimo Grande Herói" e "Striking Distance". Quem se arrisca a retomar o gênero, em 94, adiciona alguma coisa extra: comédia (Schwarzenegger dirigido por James Cameron em "True Lies", remake do filme francês "La Totale"), uma pitada de inteligência e, quiçá, sofisticação (Harrison Ford retorna ao agente da CIA Jack Ryan em "A Clear and Present Danger").
Um certo clima gótico: O final de 94 verá, enfim, o "Frankenstein" de Kenneth Branagh (com Robert De Niro como a criatura), mais o já controvertido "Entrevista com o Vampiro", de Neil Jordan, estrelado por Tom Cruise e Brad Pitt, e "Wolf", filme de lobisomem dirigido por Mike Nichols e estrelado por Michelle Pfeiffer e Jack Nicholson.

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