São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994 |
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'Caso Tancredo' é analisado
MAURICIO STYCER
Segundo o autor, a foto que ilustra a transferência de Tancredo do Hospital de Base, em Brasília, para o Incor, em São Paulo, serviu de estopim para a propagação do boato. Há várias "razões" para acreditar que trata-se de uma foto forjada: nada prova que o avião tenha vindo de Brasília; o homem que segura o soro não está de branco; na outra porta, uma pessoa olha em direção oposta à maca, o que não estaria ocorrendo se ali estivesse, de fato, o presidente Tancredo Neves. O "Novo Manual da Redação" da Folha distingue boatos (notícias falsas) de rumores (notícia que corre, verdadeira ou não) e diz que o jornal só publica boatos quando eles geram notícia, o que ocorreu no caso Tancredo. Uma reportagem da época dá conta dos persistentes boatos sobre a "verdadeira" razão da internação de Tancredo: um atentado. Embora acredite que "o boato seduz porque dá margem a se compreender melhor o mundo, simplificando-o consideravelmente e descobrindo nele uma ordem ajustada", Kapferer não deixa também de observar que os boatos podem ser facilmente utilizados para se ganhar dinheiro, muito dinheiro, assim como para arranhar ou mesmo destruir carreiras políticas. (MSy) Texto Anterior: Livro desvenda o boato, a 'mãe' de todas as mídias Próximo Texto: Playboy; Fio dental; Mexidinho; Samba-canção; Carrara Índice |
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