São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Angélica se sentiu 'num liquidificador'
ARMANDO ANTENORE
A artista passava férias na cidade desde o dia 2. Estava com o namorado (o ator Cesar Filho), a mãe (Angelina Kscivinscky) e o pai (Francisco), que sofre de problemas cardíacos e desmaiou durante o terremoto. Sete horas depois dos primeiros tremores, os quatro trocaram Santa Mônica por Long Beach, onde se hospedaram no Queen Mary, um navio-hotel. Ontem, seguiram para Los Angeles. Pretendiam pegar o vôo 897, da Vasp, que deve aterrisar hoje em São Paulo. Pouco antes do embarque, Angélica, 20, conversou com a Folha por telefone. * Folha - Como tudo aconteceu? Angélica - Acordei com o quarto girando. Vi a TV e o lustre despencarem. A luz acabou. Escutei gritos e sirenes. Fiquei tonta, caí da cama. Tentei me levantar, mas não consegui. Chorando, abracei meus pais e o Cesar. Sabia o que estava acontecendo. Dois dias antes, num restaurante, senti um tremorzinho. Os garçons me acalmaram dizendo que tremores são normais por aqui. Na segunda, quando tudo chacoalhou, lembrei daquilo e pensei: "Meu Deus, é um terremoto!" Folha - Quanto tempo durou? Angélica - Uns 40 segundos. Assim que os tremores terminaram, saímos correndo do quarto. Meu pai acabara de desmaiar por causa do nervosismo. Tivemos que carregá-lo pelas escadas. De vez em quando, sentíamos o chão mexer novamente, mas bem devagar. Não pensei que poderia morrer. Na minha cabeça, só uma idéia martelava: "Preciso pegar o primeiro avião para o Brasil." Texto Anterior: Clinton não tem verba suficiente Próximo Texto: Indicado por Clinton desiste da Defesa Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |