São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994 |
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Eleição de 94 foi decisiva nos rumos das investigações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Quando soube que o amigo Roberto Magalhães tinha se julgado prejudicado e que a função de relatar seu caso tinha sido transferida para o peemedebista Roberto Rollemberg, o deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE) percebeu que sua cassação era praticamente inevitável. Desgastado pelo envolvimento no escândalo de dois de seus principais líderes, Ibsen Pinheiro e Genebaldo Correia, o PMDB não desperdiçaria uma possibilidade de atingir uma das figuras mais importantes do PFL.A campanha eleitoral foi decisiva na CPI. Na Subcomissão de Bancos, as investigações se dividiram em dois blocos. Os deputados Benito Gama (PFL-BA) e Fernando Freire (PPR-BA) concentraram esforços em encontrar provas contra os suspeitos do PMDB, como Ibsen Pinheiro (RS), Genebaldo Correia (BA) e Cid Carvalho (MA). Os deputados José Dirceu (PT-SP), Aloízio Mercadante (PT-SP) e Vivaldo Barbosa (PDT-RJ) apostavam em encontrar cheques comprometedores de políticos do PFL, como Fiuza, ou do líder do PPR, José Luiz Maia (PI). Ao final, todos encontraram provas contra todos. O PDT usou a CPI para tentar ganhar o apoio do PSB para a eleição presidencial, cedendo-lhe uma suplência. O namoro acabou quando o PSB anunciou uma aliança eleitoral com o PT. No dia seguinte, o deputado Luiz Salomão (PDT-RJ) denunciou um suposto acordo entre o PT e o grupo do ex-presidente José Sarney. Pelo acordo, o PT teria impedido a convocação da deputada Roseana Sarney (PFL-MA) para depor. Em troca, o grupo de Sarney teria impedido o depoimento do deputado Miguel Arraes (PSB-PE). O PT usou a CPI como palanque o tempo todo, usando a cumplicidade de técnicos e assessores como apoio para direcionar a investigação. O partido acabou isolado pelo restante dos integrantes da CPI. O PPR de Paulo Maluf começou a CPI vivendo a dificuldade de ter em seus quadros o parlamentar mais envolvido com as denúncias: João Alves (BA). Para piorar, o líder do partido no Senado, Esperidião Amin (SC) cedeu uma das vagas do partido na comissão para o senador Paulo Bisol (PSB-RS). Amin se redimiu articulando uma manobra para expulsar rapidamente Alves do partido. Texto Anterior: Passarinho adquire súbita popularidade Próximo Texto: Relatório final pede cassação para 17 Índice |
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