São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994
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Juros altos estimulam compras no atacado

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A escalada das taxas de juros e as tabelas da indústria que chegam ao varejo com reajustes de até 70% provocaram mudanças na rotina dos negócios dos supermercados. As compras junto aos atacadistas têm crescido em detrimento da indústria desde o final do ano passado, informam os supermercadistas. Além de preços mais em conta, no atacado eles podem adquirir volumes na medida certa de suas vendas. Essa é a saída para escapar da despesa financeira de carregar grandes estoques com preços em alta.
"A frequência das compras no atacado se acelerou a partir de dezembro com a subida das taxas de juros", diz o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS), Firmino Batista Rodrigues Alves, 45. Essa tendência é confirmada por Wilson Tanaka, 44, presidente do Sincovaga que reúne 35 mil supermercados de pequeno porte em SP.
Carlos Lopes, 32, diretor da loja Apoio ou Atacado Total, conta que a frequência das compras dos pequenos supermercados junto aos atacadistas passou de uma para duas vezes por semana.
Além disso, o "mix" de compras mudou. Hoje 90% dos estoques da linha seca dos supermercados – que reúne alimentos industrializados, produtos de higiene e limpeza – são adquiridos no atacado; até novembro não passavam de 70%, afirma Tanaka.
Para contrabalançar uma prevista queda de 5% no consumo em janeiro comparado com o ano passado – resultado da atratividade da poupança – tanto os varejistas como os atacadistas já trabalham com estoques mais enxutos. O pequeno supermercado tem hoje suprimento para cerca de 12 dias, contra um volume médio para 14 dias em 1993, informa Tanaka. No atacado, a média recuou de 16 para 14 dias.

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