São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Ex-dirigente da Telesp deve sofrer investigação

FERNANDO DE BARROS E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador Hugo Mazzilli, membro do Conselho Superior do Ministério Público (MP) de São Paulo, pediu a abertura de inquérito civil para investigar suposto dano ao patrimônio público causado pelo ex-presidente da Telesp, Antônio Ignácio de Jesus. Durante os 11 anos em que esteve na estatal, entre 1979 e 1990, Jesus acumulou um patrimônio avaliado por corretores em cerca de US$ 3,8 milhões. Nesse mesmo período Jesus comprou 321 imóveis em Amparo (140 km ao norte de São Paulo), sua cidade natal.
A abertura do inquérito civil ainda depende do voto favorável da maioria do conselho do MP, formado por 11 membros. Na última terça-feira, durante a reunião do conselho, o procurador-geral de Justiça, Marino Pazzaglini Filho, adiou a decisão ao pedir vista para analisar melhor o caso. O conselho se reúne novamente no dia 1.º de fevereiro.
As investigações sobre Jesus estão paradas no MP há dois anos e meio. Em setembro de 91, após uma representação do deputado estadual Arlindo Chinaglia (PT), em que pedia a investigação das causas do enriquecimento de Jesus, o MP apenas instaurou um expediente (investigação informal, que precede o inquérito).
O então procurador-geral de Justiça, Antonio Araldo Ferraz Dal Pozzo, designou na época o promotor Márcio Fernando Elias Rosa para o caso. Em 18 de novembro de 1993, ele arquivou o expediente alegando "a inexistência de qualquer dado, no momento, que possa ensejar alguma providência do Ministério Público". No parecer em que pede a instauração do inquérito, o procurador Mazzilli diz que "é inadmissível arquivar-se um expediente quando ainda nem se sabem os fatos que ensejaram sua instauração".
A Folha procurou o telefone de Antônio de Jesus no auxílio à lista de Amparo e de São Paulo. Seu nome não consta em nenhum dos serviços de informação.

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