São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994 |
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Cenário é de dúvidas a partir de fevereiro
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Os meios econômicos (empresários, executivos, consultores, formadores de opinião) absorveram bem a idéía básica do Plano FHC, que é um modelo de conversão organizada para uma nova moeda estável e lastreada no dolar. Mas a dúvida é como se combinará o cronograma técnico com o político. A política atrapalha esse cronograma. De um lado, o presidente a ser eleito neste ano precisaria estar comprometido com a sequência do plano FHC. E não há garantia de que todos os candidatos viáveis apoiarão o programa. De outro lado, o ministro do plano, FHC, é um possível candidato, circunstância que o obrigaria a deixar o ministério e, pois, a condução do programa. Nesse quadro, os meios econômicos trabalham com as seguintes alternativas: Cenário um: FHC apressa a introdução da URV para criar um fato político antes de deixar o ministério, em 2 de abril. (É considerado um péssimo cenário - estraga o programa e cria complicações econômicas). Cenário dois: FHC dá a partida no plano, deixa o ministério, faz o sucessor e anuncia que, eleito presidente, completará a estabilização. (É considerado um cenário bom, mas perigoso. E se o presidente Itamar mudar tudo?) Cenário três: FHC sai candidato mas o presidente Itamar coloca logo de cara um ministro da Fazenda "inventado". (Péssima expectativa para empresários e executivos: acelera a inflação e ajuda Lula). Cenário quatro: FHC fica no ministério, toca o plano conforme o cronograma técnico, apóia e ajuda a eleger um candidato presidencial comprometido com o programa. (Considerado um ótimo cenário, especialmente se o candidato eleito for o deputado Antonio Britto). Mas é dominante a opinião de que FHC deverá ser candidato a presidente. O que gera as expectativas em torno de sua substituição e do destino do plano. Texto Anterior: Para tucanos, plano enfrenta resistência maior no plenário Próximo Texto: FHC insiste na compra de títulos por estatais Índice |
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