São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994 |
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Insatisfação
NELSON DE SÁ
É difícil estar satisfeito quando, "no final das contas, nenhum dos parlamentares citados nos papéis da Odebrecht foi indicado para cassação". A frase, frustrada, foi da correspondente Mônica Waldvogel, do TJ Brasil. No mesmo noticiário, o âncora Boris Casoy afirmava, desconfiado, que "parece que estamos passando o Brasil a limpo". Mais adiante, o âncora acrescentou que "tudo indica que a CPI conseguiu cumprir bem essa primeira etapa", no que é talvez a melhor tradução da opinião mais ampla quanto ao resultado da CPI. A idéia de que a depuração está apenas começando, lançada pelo presidente da própria CPI, ajudou no convencimento geral de que foi um bom resultado. Não que a ausência de José Carlos Aleluia, dado como o funcionário das empreiteiras no Congresso, seja fácil de aceitar. Aloízio Mercadante, no Jornal Bandeirantes, reclamava que os nomes de Aleluia e de outros três "foram retirados quinta à noite por um acordo político". É bem o tipo de acordo "político" previsível em ano de eleição. Dá para aguentar, como parte da "primeira etapa". Mas bem que podia ter sido um dia realmente "histórico", como queria, esforçada, a manchete do Jornal Nacional. Na verdade, foi um dia "entediante", para o TJ. "Enfadonho", para o JB, que deu como manchete: "O clima nas ruas no fim da CPI não lembra nem um pouco o do impeachment". É que a CPI prometeu muito mais do que entregou. PFL Os pefelistas não se emendam. O líder Luiz Eduardo Magalhães, filho de ACM, apareceu na Globo dizendo que os parlamentares terão agora "direito de defesa" na Comissão de Justiça, porque alguns "foram cerceados" na CPI. Não disse, mas referia-se aos pefelistas Ricardo Fiuza e Ézio Ferreira, que antes declararam na Globo, bem ensaiados, que vão buscar o "contraditório" na nova comissão. Que está, desde já, sob suspeita. Texto Anterior: Empreiteiras ocupam pouco espaço no texto Próximo Texto: CPI pede cassação de 18 parlamentares Índice |
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