São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Caso dos governadores vai para o MP

MARCELO LEITE
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

aso dos governadores vai para o MP
CPI vai encaminhar à Procuradoria Geral da República a documentação sobre Roriz, Lobão e João Alves Filho
Em relação aos três governadores investigados pela CPI, o relatório do deputado Roberto Magalhães (PFL-PE) se limitou a recomendar o encaminhamento dos documentos e provas para o Ministério Público. Com base no argumento de que não caberia à comissão propor, por exemplo, a abertura de processos de impeachment contra Joaquim Roriz (PP-DF), Édison Lobão (PFL-MA) e João Alves Filho (PFL-SE). O documento nem chega a citar essa possibilidade.
As provas mais comprometedoras se referem a Joaquim Roriz. O relatório aponta que "sua movimentação bancária é absolutamente incompatível com os rendimentos e ganhos". No ano de 1991, por exemplo, há um ingresso não explicável pelos ganhos de US$ 1.808.120. No período 1989/93, a diferença soma US$ 6 milhões.
Quanto às denúncias de "possíveis irregularidades na obra do Metrô de Brasília", o relatório aponta "a conveniência do encaminhamento das respectivas peças do processo à Mesa do Congresso Nacional".
O governador do Distrito Federal reagiu ontem ao relatório da CPI dizendo que "sempre confiou plenamente nas instituições brasileiras e agora mais ainda", depois que a comissão de inquérito encaminhou ao Ministério Público todas as denúncias de "irregularidades não-comprovadas".
Roriz também se disse convicto de que todos os pontos citados por parlamentares, ou em "denúncia anônima", poderão ser esclarecidos. Segundo sua assessoria, o governador em alguns momentos chegou a acreditar que "poderia ser vítima de uma injustiça provocada por interesses político-eleitorais".
Quanto ao governador maranhense Édison Lobão, além de irregularidades fiscais como declarações indevidas ou omissão de bens, o documento afirma que seu patrimônio "foi consideravelmente elevado no período de 1989 a 1992", mas que "as informações disponíveis sobre este aumento não autorizam quaisquer conclusões". É apontada também, no ano de 1989, uma diferença entre seus rendimentos e ganhos de US$ 176 mil.
Embora todos os três governadores tenham sido investigados por terem sido citados por José Carlos Alves dos Santos, só o governante sergipano mereceu observação especial no relatório: "Nada se evidenciou que pudesse justificar tal citação".

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