São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Congresso tem segurança especial

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Congresso tem esquema especial
Deputados e senadores escapam de revista antes de entrar no auditório
A segurança do Senado montou uma superestrutura para a última sessão da CPI do Orçamento. A guerra prevista não aconteceu. Até a tarde de ontem, havia mais seguranças no auditório Petrônio Portella que parlamentares. A revista feita na entrada do auditório excluiu os deputados e senadores, justamente os que ameaçavam os membros da comissão. Ao contrário da leitura do relatório da CPI do Collorgate, não houve manifestação popular.
Os seguranças chegaram a ser barrados por outros seguranças. O esquema envolveu 200 agentes do Congresso e cem policiais militares. Visitantes foram proibidos de entrar no Congresso Nacional. Só passaram pelas barreiras de segurança os parlamentares, funcionários e jornalistas credenciados. A primeira triagem era feita ainda no acesso ao Congresso. Os carros eram parados por cinco policiais militares para identificação. O estacionamento na frente e lateral do prédio foi proibido.
Na entrada do auditório Petrônio Portella, 12 agentes conferiam as credenciais e faziam revistas. O detector de metais, que identifica o porte de arma, foi poucas vezes usado. Nenhum parlamentar foi revistado sob o argumento de "imunidade parlamentar". "Ficaria muito chato revistar deputados e senadores", afirmou o vice-presidente da CPI, deputado Odacir Klein (PMDB-RS). Segundo ele, tudo estava "sob controle".
Na parte externa do Congresso a segurança, feita pela Polícia Militar, envolveu o dobro de policiais dos dias considerados normais, cem em regime de revezamento. Além disso, a polícia se preparou em esquema de plantão para reforçar a segurança em caso de necessidade. Cinquenta policiais militares já estavam auxiliando os agentes do Senado na segurança durante a CPI.
Dentro do auditório, os cerca de cem agentes ficavam atentos a qualquer movimento. Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e José Carlos Bisol (PSB-RS), principais alvos das ameaças de parlamentares acusados, eram cercados por quatro agentes. Cinco homens do Corpo de Bombeiros também acompanhavam a sessão.
Um posto médico foi montado no auditório. De quatro em quatro horas, um médico e duas enfermeiras se revezavam no plantão. O posto médico foi equipado para socorro de urgência podendo atender casos de infarto e crises de hipertensão, por exemplo. Na sala havia aparelhos de oxigênio, para o exame do coração e um desfibrilador, usado para reanimação cardíaca.
Dentro do auditório Petrônio Portella seis redes de televisão montaram suas câmeras para a transmissão ao vivo da sessão. Câmeras também ficaram fixas no corredor de acesso ao auditório. Dezesseis câmeras estavam ao vivo –ligadas ao sistema de transmissão nacional via Embratel. Outras 20 câmeras faziam reportagens para os telejornais.

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