São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994 |
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Futebol arranca para a perfeição
OSWALDO ALVAREZ
Em meio à tanta velocidade e eficiência, numa fase crucial e interessante, a Federação Paulista de Futebol atende com ousadia e coragem à manifestação favorável de um campeonato de pontos corridos, trazendo consigo a certeza de uma fórmula mais justa de premiar a agremiação com melhor campanha, ainda que economicamente possa acarretar efeitos colaterais a alguns clubes. Tal fórmula certamente afastará a fatalidade, alimentará a lógica, incomodará equipes de grande tradição que ainda buscam uma solução mais eficiente, tentando se igualar à competência de São Paulo e Palmeiras, ofuscará a esperança dos chamados pequenos, que, perseverantes e desinibidos, lutarão incansavelmente para não perder o direito de sonhar em despontar como uma surpresa. O regulamento favorece a competitividade, vigia as arbitragens, pressiona as equipes, instiga os torcedores, mas tudo em prol do futebol, que, versátil, se adapta a qualquer circunstância, sem perder seu brilho, não se preocupando com as possíveis sequelas que se curvarão diante de um regulamento de verdade e com justiça. Nos pés de Rivaldo, Edmundo, Edílson, Leonardo, Djalminha, Muller, dificilmente os privilegiados torcedores paulistas deixarão de se embriagar por essa magia que distribui sorrisos e estoca lágrimas. No final, a ambição pelo título aumenta, a síndrome do rebaixamento cresce, a emoção prevalece, expelindo alegria e ocultando a dor de soldados treinados e programados para proporcionar uma grande festa em plena guerra, onde os convidados somos todos nós. Texto Anterior: Equilíbrio entre os grandes compensa o regulamento Próximo Texto: Competição regional é desumana Índice |
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