São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARMAS

POLÍCIA
Lojas desafiam decreto de César Maia que proíbe a venda de armas no Rio.
PÁG. 6
Venda de preservativo cresce 10%
22/01/94
Autor: NELSON BLECHER; AURELIANO BIANCARELLI SELMA.
.
Editoria: COTIDIANOPágina: 3-1
Edição: São PauloTamanho: G 317 palavrasJAN 22, 1994
Observações: COM SUB-RETRANCA
Venda de preservativo cresce 10%
Em 93 foram comercializados cerca de 53 milhões de unidades; EUA tem consumo 6 vezes maior
NELSON BLECHER e AURELIANO BIANCARELLI
Da Reportagem Local
O consumo de preservativos no país cresceu cerca de 10% em 1993. É a primeira vez nesta década que as vendas do produto –tido como a principal arma na prevenção da Aids– registram desempenho positivo. O aumento foi constatado pela Nielsen Serviços de Marketing, em pesquisa que abrange hábitos de consumo de 89% da população brasileira.
Foram comercializadas em torno de 53 milhões de unidades em 1993. A tendência de declínio nas vendas de preservativos foram revertidas a partir de setembro do ano passado. No bimestre novembro e dezembro o crescimento chegou a superar a marca dos 10% sobre o mesmo período de 92.
Segundo Maria Eugênia Fernandes, da fundação Family Health no Brasil, o aumento é reflexo da maior atenção que a imprensa vem dando ao assunto desde o último semestre. Em 1991, as estatísticas da Nielsen já haviam apontado declínio de 10%.
O aumento nas vendas registrado em 1993 está longe de significar, portanto, plena recuperação de mercado. O hábito de utilizar preservativos é pouco disseminado no país. O consumo per capita é seis vezes maior nos EUA e Canadá, diferença que sobe para 20 vezes em relação ao Japão.
Estudos da Family Health indicam que só as populações expostas a maior risco no Estado de São Paulo necessitariam de um número de camisinhas equivalente ao da produção nacional.
"O consumo tende a aumentar um pouco quando o tempo esquenta, quando são intensificadas as campanhas contra a Aids na TV e atinge o pico no Carnaval ", afirma José Leonardo dos Santos, gerente de vendas da Inal, fabricante da marca Olla.
Santos confirma o aumento nos volumes de vendas detectado pela Nielsen. "Estamos comercializando 2,1 milhões de unidades, em média, por mês", afirma, ao estimar em até 20% o volume de preservativos que são importados legalmente ou chegam ao país através de contrabando.
Há razões para essa preferência estrangeira. Segundo Maria Eugênia, a camisinha brasileira é a mais cara do mundo: custa de US$ 0,70 a US$ 1,00, três vezes mais que o preço lá fora. Pedido do Ministério da Saúde para isentar os preservativos de impostos vem sendo negado pela Receita Federal.

Texto Anterior: USP divulga o prazo para receber históricos
Próximo Texto: Praias terão campanha
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.