São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Clinton vai depor ao investigador especial

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que vai depor ao promotor especial do caso Whitewater e que fará "tudo o que ele achar necessário". O promotor, Robert Fiske Jr., nomeado na quinta-feira, havia afirmado que é "virtualmente certo" que ele intimará o presidente e a primeira-dama, Hillary Clinton, como parte de suas investigações.
Clinton disse ao jornalista Larry King, na rede de televisão CNN, na madrugada de ontem, que não quer mais ser "distraído" pelo caso. Admitiu que deveria ter aceitado antes a idéia de um promotor especial, mas achava que ele não era necessário porque ninguém nunca o acusara de "nada de errado". "Agora, quero que isso acabe logo para poder trabalhar."
Fiske, que é advogado, ex-promotor federal e filiado ao Partido Republicano (de oposição ao governo Clinton), vai apurar a participação do casal Clinton em negócios imobiliários e financeiros sob suspeita de irregularidades em Arkansas, sudoeste do país, em 1980, inclusive o possível financiamento ilegal das campanhas eleitorais de Clinton, que governou o Estado durante 12 anos.
Ele também vai reabrir o caso do suicídio de Vincent Foster, assessor, amigo e ex-advogado dos Clinton, que se matou em julho de 1993. Foster foi o procurador de Bill e Hillary quando o casal resolveu vender suas ações da incorporadora Whitewater, em 1992. No escritório de Foster na Casa Branca estavam todos os documentos referentes à Whitewater.
Clinton viajou ontem para a casa de campo presidencial em Camp David, Maryland, na área metropolitana de Washington. O presidente, que em geral trabalha nos fins-de-semana, disse que vai aproveitar este para descansar com a família. Mas ele vai gastar pelo menos parte do seu tempo para continuar a busca de um novo secretário da Defesa.
Depois que o almirante e ex-diretor da CIA Bobby Inman desistiu da indicação, na terça-feira, o cargo já foi recusado por duas pessoas: o senador Sam Nunn e o ex-senador Warren Rudman, ambos do Partido Democrata. Um movimento pela manutenção de Les Aspin nas funções começou ontem. Aspin foi forçado por Clinton renunciar em dezembro, por causa de fracassos militares norte-americanos na Somália (frente à guerrilha somali) e no Haiti (a resistência dos militares à volta do presidente deposto Jean-Bertrand Aristide). (CELS)

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