São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Comércio vive desafio da qualidade

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A retração nas vendas do comércio parece ter passado. Mas engana-se quem pensa que, uma vez recuperado da queda ocorrida entre 1990 e 1992, o setor retomará suas práticas tradicionais. "O comércio terá finalmente que se adequar à era da qualidade, da tecnologia e da orientação para o consumidor", afirma Luiz Otávio da Silva Nascimento, 39, sócio e diretor da Gouvêa de Souza, consultoria especializada em varejo.
"Os dois grandes desafios do setor na próxima década estão na melhoria dos processos operacionais, para a redução de custos, e no seu posicionamento dentro do mercado", diz Sérgio Crispim, 36, superintendente de marketing da Casa Anglo-Brasileira (holding que controla as lojas Mappin). Daí a maior valorização dos profissionais ligados às áreas de logística, marketing, informática, operações e recursos humanos (veja quadros nesta página).
O aumento da competitividade, a exigência de qualidade no atendimento e a tendência para o declínio das margens de lucro são preocupações que já estão alterando o planejamento das empresas e a configuração de seus quadros. Deverá desaparecer de cena o vendedor "bitolado" nas regras tradicionais de venda. "Até os profissionais de direção terão que ser polivalentes e priorizar a racionalização do trabalho e o atendimento", alerta Nascimento.
Outra tendência é que o trabalho, especialmente no segmento do varejo, deixe de ser visto como opção temporária. "Os profissionais do comércio, especialmente os que exercem cargos estratégicos, deverão ser formados ao longo do tempo e seguir carreira dentro das empresas", afirma Celso Abramovitz, 34, superintendente da Rede Nacional de Shopping Centers (Renasce).
Dessa forma, espera-se que a alta rotatividade do setor –que envolveu 30% dos funcionários em 92, segundo dados da Gouvêa de Souza– caia à medida que as empresas aumentam os investimentos em treinamento. Também aparecerão novas alternativas de venda que exigirão qualificações variadas, como em informática e organização estratégica de lojas. O crescimento –e aprimoramento– do setor deverá ainda alavancar novas formas de remuneração (leia textos abaixo).

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