São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Bola presa; Fim dos dinossauros; Preço de remédio; Imaginação erotismo; CPI da CUT; Contra os parasitas

Bola presa
"Quando o sr. Fábio Sormani, na coluna 'O Basquete no Mundo' (18/01), diz que precisamos de uma melhor organização, concordo plenamente. Só que não é só isso o problema da falta de público no basquete. Contam-se nos dedos os jornalistas especializados. Quer um exemplo? Estava eu sentado nas arquibancadas do Ibirapuera, no último domingo, quando fui solicitado a conceder uma entrevista ao repórter (?) de campo da Rede Record de televisão. Primeira pergunta do jornalista: 'Você continua jogando?'. Diante da minha cara de espanto, emendou: 'É no Palmeiras que você joga, né?'. É claro que a entrevista não prosseguiu. É muito mais fácil encher linguiça semanalmente na sua coluna com notícias que lhe chegam através da mídia internacional, enquanto o sr. está tranquilamente sentado diante do seu PC, do que se deslocar até a Federação Paulista de Basquete e/ou seus filiados à procura de notícias ou mesmo para pressioná-los a fazerem alguma coisa. Afinal tem feito muito calor neste verão."
Marcel Ramon P. de Souza, jogador de basquete do Palmeiras (São Paulo, SP)

Fim dos dinossauros
"A matéria sobre os dinosauros (página 2-12, 28/10/93) me leva a pensar no quanto somos macacos, nós brasileiros. Vem um gringo qualquer, diz uma bobagem qualquer e a nossa imprensa dá logo cobertura. Faz uns três anos, dei uma entrevista a 'O Globo' e apresentei minha hipótese sobre o fim dos dinosauros. Não houve cartas à redação, nenhum coleguinha pegou a deixa e investigou mais a fundo, entrevistando geofísicos para encontrar apoio ou desmoralizar a idéia. Acontece que o que eu sugeri na ocasião é a explicação mais plausível para o fim dos bicharocos: a Terra avoluma-se devido ao aumento da temperatura interna provocado pela criação da crosta original. Os vulcões e as fendas submarinas situadas entre as placas são provas de que isto acontece. Nosso planeta girava muito mais rapidamente, o que fazia com que a força centrífuga reduzisse o efeito da gravidade no Equador –habitat dos lagartos terríveis e outros animais monstruosos, alguns deles voadores. Vai daí que se pode deduzir que eles não eram tão pesados –foram ficando até se tornarem inviáveis, à medida que a Terra perdia "momento" e ia deixando de ser um elipsóide com, no máximo, um terço do tamanho do geóide que ela é hoje. O desabamento da calota gigantesca que era formada pela Africa e a América do Sul pode ter sido o causador da inclinação do eixo terrestre em relação ao plano da eclíptica –o que propiciou o surgimento das estações, inclusive um inverno muito mais frio do que o normal das suas regiões e acabou com os mastodontes."
Luiz Carlos Bravo, jornalista (Goiânia, GO)

Nota da Redação – Segundo a professora Marta Mantovani, do Instituto Astronômico e Geofísico da USP, a criação e destruição da crosta oceânica contribuem para reduzir a temperatura interna do planeta, não para aumentá-la. Não havendo aumento de temperatura, não há a suposta "dilatação", ou aumento no volume, do planeta. Mantovani afirma que não houve, portanto, diminuição da velocidade de rotação e que os dinossauros não podem ter desaparecido por terem se tornado "mais pesados".

Preço de remédio
"Tendo tomado conhecimento da matéria contida na pág. 1-10 da edição de 20/01 da Folha, com o título "Remédios sobem até 66,67% em 17 dias", de autoria de Cristiane Perini Lucchesi, informando sobre levantamento feito pelo Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro, segundo o qual nosso produto Diabinese chegou a ter um aumento de 66,67%, nos primeiros 17 dias deste ano, cumpre-nos esclarecer o que se segue: 1) O aumento apontado pelo Conselho Regional, como sendo de 66,67%, em 17 dias, para o Diabinese 250 mg x 30 comprimidos, é errôneo, pois o PMC –Preço Máximo ao Consumidor– da referida apresentação, em 21/12/93, era de CR$ 1.011,00 e em 10/01/94 passou a ser de CR$ 1.220,00, ou seja, foi reajustado em 20,67%, representando hoje um custo de CR$ 40,67 por comprimido; 2) o Diabinese é comercializado em apresentações de 30 e 100 comprimidos, não existindo a apresentação de 20 comprimidos, conforme consta da reportagem; 3) Desconhecemos como foi feito o levantamento do referido Conselho Regional, uma vez que o mesmo não expressa a realidade. 4) Pelo exposto, considerando tratar-se a publicação em tela de veiculação de fato errôneo, solicitamos sejam retificadas as informações citadas, de acordo e na forma da lei em vigor, sem prejuízo das medidas outras que venham a ser tomadas com relação aos autores do levantamento citado por esse jornal."
Eduardo Najjar Roque, diretor da Pfizer (Guarulhos, SP)

Resposta da repórter Cristiane Perini Luchesi – O presidente do Conselho Regional de Farmácias do Rio de Janeiro, Raslan Abbas, confirma as informações prestadas à Folha. Segundo ele, a nova tabela de preços do Diabinese só chegou às farmácias dia 3 de janeiro. Portanto, o consumidor pagava até o final de dezembro CR$ 732,00, representando um acréscimo de 66,67%.

Imaginação e erotismo
"Esplêndido o caderno Mais! de 16/01. A tese da imaginação como base do "erótico" é muito iluminante. Aprecio diariamente as páginas 2 e 3 do primeiro caderno. Excelente. Permita-me fazer exceção a alguns "mastodontes" como Florestan Fernandes, José Sarney e a coleção de bispos e mosenhores. Apesar do meu alto nível de tolerância e interesse por opiniões suspendi a leitura dos mesmos."
Hélio Coelho, presidente do Sindicato Rural de Campo Grande (Campo Grande, MS)

CPI da CUT
"Temos acompanhado com especial atenção o 'empenho' do senador Espiridião Amin (PPR/SC) no caso da CPI da CUT. Para nós, representantes das categorias de trabalhadores, é importantíssimo que o país seja passado a limpo. Não temos medo da CPI. Achamos, entretanto, que investigar somente a CUT é um golpe discriminatório contra os trabalhadores. Por que não inserir no contexto as outras centrais sindicais, como Força Sindical e CGT's? E mais: por que também não investigar outras entidades associativas, como a Fiesp, a CNI (do presidente eterno, senador Albano Franco), a Fenaban, os sindicatos e federações patronais? Chega de demagogia! E cadeia para os corruptos e corruptores!"
Dilemário do Vale Alencar, presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Cuiabá, MT)

Contra os parasitas
"Gostaria de parabenizar o ilustre deputado federal Michel Temer, secretário de governo do Estado de São Paulo, pela oportuna iniciativa de propor a adoção do "voto destituinte", mecanismo pelo qual o eleitorado poderá pedir a cassação de um parlamentar que desonrar ou desmerecer o seu voto, conforme matéria veículada no último dia 20/1. Sem dúvida nenhuma seria a melhor e mais justa forma de punir um parlamentar corrupto, ou mesmo um político parasita.
Mauro Borges, Editor do jornal "M.B. Zona Lesta" (São Paulo, SP)

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