São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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MP vai definir conversões para URV

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo editará medida provisória para definir os parâmetros de conversão em URVs (Unidade Real de Valor) de preços, salários, tarifas públicas, aluguel, salário mínimo e mensalidade escolar. O secretário de Política Econômica da Fazenda, Winston Fritsch, defende a conversão de preços e salários pela média. No caso das tarifas públicas, elas serão convertidas em URV pelo pico. Serão passadas para o indexador pelo preço atual, que inclui recuperação feita ao longo de 93.
Fritsch considera que os salários convertidos em URV serão um dos principais referenciais de preços da economia. Por isso mesmo, ele acredita que a conversão em URV ocorrerá pela média. Ele não quis dizer qual o período que o governo estimulará o cálculo do valor médio dos salários. Na equipe econômica, uma das principais idéias é a conversão pela média dos últimos quatro meses.
O secretário alertou para o risco da recontratação de salários em URV em valores elevados. "Se os empresários errarem na colocação de salários na passagem para o novo indexador, enfrentarão problemas. Seria comum que a negociação resultasse pela média", comentou Fritsch.
Um dos pontos mais polêmicos é a fixação do salário mínimo. Fritsch lembrou que o mínimo tem impacto direto no pagamento de benefícios da Previdência e no pagamento do funcionalismo dos Estados e municípios. Ele preferiu não falar em valor do mínimo, mas também reiterou que a conversão será pela média.
Ainda com relação às tarifas públicas, Fritsch afirmou que o governo realizou recomposição ao longo de 93 para preparar o setor público para o plano de estabilização. Com isso, as tarifas públicas serão convertidas pelo pico, uma vez que não será aplicado o critério de média dos preços nos últimos meses. Apesar disso, Winston observou que os preços públicos já estão sendo reajustados abaixo da inflação.
Como as tarifas não terão aumentos reais (acima da inflação), Fritsch disse que não haverá preços sobre os preços. Ele afirma que o setor elétrico e a Petrobrás terão aumentos abaixo da inflação. No caso da Petrobrás, a estatal terá que repassar a queda de preços no mercado internacional.

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