São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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GOLPE

BM&F faz acordo com golpistas para receber os US$ 6,8 milhões em parcelas.
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MUNDO
28/01/94
Autor: CPAS .
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Editoria: DINHEIROPágina: 2-1
Edição: NacionalTamanho: P 18 palavrasJAN 28, 1994
Legenda Foto: Charles (dir.) com simpatizantes na Austrália
Crédito Foto: Reuter
MUNDO
A imprensa britânica elogiou a frieza do príncipe Charles durante o atentado.
Brasil lidera ranking de impostos
28/01/94
Autor: MARIA ALICE ROSA CPAS .
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Editoria: DINHEIROPágina: 2-1
Edição: NacionalTamanho: G 429 palavrasJAN 28, 1994
Arte: O PRODUTO BRASILEIRO É MAIS TAXADO; CARGA FISCAL EFETIVA/IMPOSTO DE RENDA; O DESEMPENHO DO COMÉRCIO EM SP

Brasil lidera ranking de impostos
Preço de um televisor tem carga fiscal de 40,65%, contra 3% no Japão e 10% na Coréia
MARIA ALICE ROSA
Free lance para a Folha
O Brasil é o país que mais tributa produtos no mundo e tem a carga fiscal mais pesada para pessoas físicas, se comparado a países como França, Estados Unidos e Argentina. Pesquisa da empresa de consultoria Ernest & Young mostra que o brasileiro começa a pagar imposto com a menor renda e arca com o repasse de taxas cobradas das indústrias. Com o aumento da alíquota do Imposto de Renda de 25% para 26,6%, aprovado quarta-feira, o peso da carga tributária na renda bruta dos contribuintes deverá aumentar cerca de 1.6 ponto percentual.
"Os políticos dizem que a alíquota de IR no Brasil é menor que a de outros países. Mas as deduções e o retorno em serviços públicos são muito maiores lá fora", afirma David Dias de Sousa, sócio do departamento de consultoria tributária da Ernest & Young. Não precisa ir muito longe. Na Argentina, os impostos só começam a ser cobrados quando a renda bruta per capita anual atinge US$ 30 mil, enquanto no Brasil a primeira taxação recai sobre US$ 12 mil (ver tabela).
O peso dos impostos na renda da pessoa física no Brasil era –até dezembro, quando a pesquisa foi concluída após seis meses– de 2,9% para quem ganhava a partir de US$ 12 mil, e de 14,1% para 30 mil. Nos EUA, o recolhimento começa na faixa de US$ 30 mil e só engole 7,8%. Estes dados têm por modelo um casal com esposa sem rendimento, dois filhos em escola paga, salário como única fonte de renda e as despesas comuns a este tipo de família.
"O maior prejudicado é o assalariado, que tem desconto na fonte. Como a carga é muito alta e o governo não esclarece onde aplica o dinheiro, acaba incentivando a sonegação", segundo Sousa. A empresa não tem dados sobre o efeito da política de cada país sobre a arrecadação mas, na avaliação de Dárcio Torelli, sócio do departamento de consultoria tributária, o tiro do governo brasileiro sai pela culatra e contraria o plano de combate à inflação.
"É uma linha de conduta burra. Basta ver o sucesso do setor automobilístico após a redução da carga: nunca vendeu tanto e a Receita ganha no volume de vendas", diz Torelli. O Estado embolsa 45,65% do valor do carro comum no Brasil. Na França, 18,60%, nos EUA 8,25% e no Japão, 4,50%. "A pesquisa mostra que o Estado é faminto por arrecadação", diz.
O imposto dos carros brasileiros foi o maior encontrado pela Ernest & Young na amostra que reuniu 15 produtos dos mais variados setores pesquisados em grandes países produtores. "Fizemos uma soma algébrica das alíquotas, que oferece a menor margem de erro, para avaliar o peso delas nos preços", explica Torelli. Descobriram que em todos os produtos a taxação maior é a do Brasil, exceto nos computadores, beneficiados com isenção de IPI em 1991. Segundo Torelli, quando um produto custa o mesmo, em dólar, no Brasil e no exterior é porque a mão-de-obra daqui sai perdendo. "A indústria nunca deixa de ganhar", afirma.

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