São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994 |
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Exame avalia responsabilidade
AURELIANO BIANCARELLI
Diante do laudo realizado por um psiquiatra forense o juiz avalia a responsabilidade do acusado. Paulo Fraletti, 73, –ex-diretor do Manicômio Judiciário de São Paulo– diz que, para efeito de responsabilidade criminal, as pessoas são divididas em normais, anormais psíquicos e doentes mentais. Os últimos, os chamados loucos, são inimputáveis. ``Não sabem que estão cometendo um crime, nem conseguem se dominar", diz Fraletti. Os anormais psíquicos ``sabem que é crime o que estão fazendo, mas não têm capacidade de se controlar." Esses são semi-imputados. Nos dois casos, o juiz prescreve medidas de segurança, geralmente internações em hospitais-presídios. Já os acusados considerados normais são condenados a penas de prisão. Segundo Fraletti –que já realizou mais de 6.000 perícias–, o exame de sanidade mental é feito através do histórico do crime e a versão do próprio acusado a um psiquiatra. Além de uma anamnese –histórico da vida do paciente feito pelo médico. ``Estas entrevistas podem demorar dias", afirma Fraletti. No caso do crime de São José dos Campos, o psiquiatra diz ter ficado impressionado com a ``frieza total e absoluta" do estudante Gustavo Pissardo. Segundo ele, a frieza com que o crime é cometido pode revelar uma doença mental ou características de uma personalidade anormal. Fraletti observou que nos últimos três anos têm sido mais frequentes os casos de filhos que matam pais e familiares. ``Pode estar havendo um contágio psíquico", afirma. ``Jovens que têm as mesmas tendências delinquenciais acabam copiando crimes que vêem na TV ou nos jornais." Texto Anterior: Médico suspeita de esquizofrenia Próximo Texto: Gustavo foi monitor de tiro no Exército Índice |
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