São Paulo, sábado, 8 de outubro de 1994
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PMDB tenta evitar divisão em São Paulo

CARLOS MAGNO DE NARDI

CARLOS MAGNO DE NARDI; LUIZ MALAVOLTA
DA REPORTAGEM LOCAL

LUIZ MALAVOLTA
O governador Luiz Antonio Fleury Filho e os virtuais deputados federais eleitos pelo PMDB mantiveram um encontro ontem para tentar remendar o partido, derrotado nas eleições majoritárias e dividido para o segundo turno em São Paulo.
A reunião foi convocada pelo próprio governador em função do eminente racha do partido no Estado. A coligação PMDB-PL-PSD está dividida sobre o segundo turno entre Mário Covas (PSDB) e Francisco Rossi (PDT).
Parlamentares como Alberto Goldman, Michel Temer e Luiz Carlos dos Santos defendem o apoio à candidatura tucana enquanto Carlos Apolinário e Romeu Tuma, eleito senador pela coligação, defendem uma composição com Rossi.
O ex-governador Orestes Quércia já sinalizou que pretende apoiar Francisco Rossi.
A conclusão da reunião é que o PMDB precisa chegar a um consenso e apoiar em bloco uma das candidaturas para impedir o esfacelamento do partido.
A partir da próxima semana, os deputados eleitos vão procurar prefeitos do interior e políticos de sua região para discutir a posição do partido no segundo turno.

Interior
No interior paulistas, as bases do PMDB paulista começaram ontem a se rebelar contra a decisão da ala quercista do partido de apoiar o candidato Francisco Rossi (PDT) no segundo turno.
Oito prefeitos do PMDB, vereadores e representantes de diretórios de cidades do oeste paulista fizeram ontem uma reunião em Bauru.
O encontro foi organizado pelo prefeito de Bauru, Antônio Tidei de Lima (PMDB), um dos mais antigos integrantes do grupo quercista.
Segundo Tidei de Lima, Quércia estaria mandando assessores telefonarem para prefeitos e vereadores pedindo para apoiar Rossi no segundo turno.
``As bases do PMDB não podem ter uma decisão imposta de cima para baixo. Afinal, somos o maior partido de oposição ao governo", disse Lima.
A intenção dos prefeitos, vereadores e diretórios é iniciar um movimento estadual para discutir a posição do PMDB no segundo turno, o que vai ao encontro da decisão dos virtuias deputados eleitos.
O prefeito de Tupã, Jesus Guimarães, afirmou que Quércia e o governador Luiz Antônio Fleury Filho precisam abrir a discussão.
``É uma questão de respeito às bases do PMDB, aos militantes e aos prefeitos, que ainda têm dois anos e meio de mandato", disse.
O prefeito de Bariri, José Araújo (PMDB), afirmou que a definição de Quércia por Rossi pode não ser endossada pelas bases do PMDB.
``Nossa intenção é fazer um movimento estadual para pôr em discussão e tomar uma posição em relação ao segundo turno", disse Araújo.
Os prefeitos negaram que tenham simpatia à candidatura de Mário Covas (PSDB), mas rejeitam o que chamam de ``apoio simples" a Rossi.

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