São Paulo, sábado, 15 de outubro de 1994
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Cabo Bruno quer converter Pissardo

Os dois estão presos no mesmo local

ISNAR TELES
DA FOLHA VALE

O matador Florisvaldo Oliveira, conhecido como cabo Bruno, disse que quer levar a ``palavra de Cristo" ao estudante Gustavo Pissardo, que confessou ter matado cinco pessoas da própria família.
Os dois estão presos na Casa de Custódia de Taubaté (134 km a nordeste de São Paulo).
O cabo Bruno, 35, disse ter se convertido ao cristianismo e que espera conseguir também a conversão de Pissardo, 21.
``Já estamos sabendo que ele está aqui. Vamos tentar através da palavra de Deus nos aproximarmos dele para convertê-lo. Ele precisa saber que foi satanás quem o colocou nesta situação. Só Cristo poderá salvá-lo desta angústia", disse Bruno.
Pissardo está sozinho na cela mais segura do pavilhão Alcântara Machado, reservada a presos com distúrbios mentais.
Para chegar até ele é necessário passar por cinco portões de aço, vigiados por agentes penitenciários.
A cela tem apenas um colchão e uma Bíblia, que teria sido de sua mãe. Ontem ele conversou com a Folha, por cinco minutos, mas não quis ser fotografado e não falou do crime.
Aparentando estar sedado, Pissardo suava muito e falava com dificuldade. ``Estou bem. Estão me tratando muito bem. Não posso falar agora. Estou me sentindo dopado", disse.
O estudante deve permanecer em observação até o início da próxima semana. Dependendo de seu comportamento, poderá praticar esportes, tomar banho de sol e frequentar a biblioteca.

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