São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994
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Estudante mantém atividades à noite

Pais chegaram a suspeitar de doença

PATRÍCIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dormir 15 horas, chegar atrasada aos compromissos matutinos e estudar de madrugada são fatos rotineiros para a universitária Aracely Anette Bustamante Iturrieta, 21.
Seus hábitos pouco ortodoxos, como fazer a sua parte na arrumação da casa durante a noite, fizeram com que ela virasse motivo de preocupação em casa.
No começo deste ano, Aracely foi a um clínico geral a pedido dos pais, que suspeitavam que seu sono diurno fosse sintoma de alguma doença.
Com a saúde perfeita, o principal problema de Aracely é mesmo a escola. ``Os professores me acham folgada, mas eu não consigo ficar acordada logo cedo", diz.
Seus maiores extremos ocorrem na época de provas. ``Vou dormir às 13h, acordo à 1h, fico estudando até as 7h e depois vou direto para a aula", diz.
No vestibular, no início do ano, foi outro drama. Aracely fez uma das provas literalmente dormindo. ``Eu me debrucei na carteira e havia horas em que meu braço chegava a ficar adormecido."
Ela é uma típica vespertina e chegou perto da pontuação máxima no teste de classificação dos pesquisadores Lars Torsvall e Torbjorn Akerstedt, do Laboratório de Pesquisas Clínicas Sobre Estresse, em Estolcomo na Suécia.
Seu horário preferido para acordar é após as 13h. De madrugada, adora tagarelar com a irmã que dorme no mesmo quarto e, quando não tem nada para fazer, fica ouvindo música lendo ou vendo filmes até o dia amanhecer.
Durante o dia, o cochilo após o almoço é sagrado. Se não precisa ir à faculdade, não há luz, barulho ou qualquer coisa que a tire da cama.
Aracely diz que vai sentir bastante a mudança do horário de verão. ``O pior é a parte da manhã, que parece comprida demais", diz.
(PD)

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