São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994
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Consultor do júri checa passado

EUNICE NUNES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A escolha dos jurados de O.J. Simpson –que começou em 26 de setembro e deve ir até o final de outubro– envolve um grande volume de trabalho e polpudos honorários para um novo tipo de especialista: os consultores de júri.
Tanto a defesa como a acusação têm usado os serviços desses profissionais para identificar prováveis jurados que manifestem predisposições. Entre as estratégias estão questionários, julgamentos simulados e sondagens telefônicas.
Eles tentam entender a linguagem corporal de candidatos a jurado, investigam seu passado e até vasculham seu lixo na busca por mais informações.
Para detectar possíveis atitudes racistas por parte do candidato a jurado, os consultores de júri incluem em seus questionários perguntas como: ``Existe alguma razão pela qual você hesitaria em comprar um carro japonês?" ou ``Você acha ruim um casal racialmente misto ter filhos?" A preocupação vem de longa data.
Um antigo caso ilustra bem o problema. Jack Johnson foi um campeão mundial de boxe, negro, do início do século. Ele tinha uma amante branca e foi condenado, com base em lei já revogada, de atravessar uma fronteira estadual com uma mulher para fins imorais.
Johnson acabou violando sua condicional e fugiu para o Canadá e Europa, onde acabou por se casar com a amante.

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