São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994
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Mercado de escritórios inicia recuperação

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de escritórios começa a se recuperar da crise que vinha prejudicando locações e vendas de áreas comerciais desde 91.
O controle da inflação e a perspectiva de crescimento econômico oferece novo alento também para esse setor. Mas a recuperação, detectada a partir do segundo semestre de 93, acontece lentamente.
Embora a queda dos preços em dólar tenha parado, e algumas regiões já haja registro até de aumentos, o setor ainda está longe do patamar praticado em 90.
``A queda nos preços foi muito grande", diz Paulo Henrique Câmara, 43, diretor de operações da Mackenzie Hill, empresa que presta consultoria na área de imóveis comerciais.
Segundo Câmara, os espaços comerciais de melhor qualidade na av. Paulista chegaram a ser vendidos por US$ 5.000 o m2 de área útil em 90. ``Hoje espaços desse mesmo nível na Paulista conseguem ser negociados no máximo por US$ 3.600 o m2", afirma.
Câmara diz que, de 90 para 93, os preços em dólar para venda caíram entre 30% e 40%. ``No caso dos aluguéis, a queda chegou a 50% em algumas regiões."
A procura por escritórios está diretamente ligada ao comportamento da economia como um todo. Quando a economia está em crescimento, a demanda aumenta e os preços tendem a subir.
O aquecimento da procura hoje é salutar para que esse mercado volte a crescer.
A chamada taxa de vacância –área vazia (disponível para locação ou venda) em relação ao estoque total– subiu bastante a partir 89, só começando nova retração este ano (veja quadro ao lado).
Segundo a Mackenzie Hill, a marginal Pinheiros (que inclui a av. Eng. Luiz Carlos Berrini) vem registrando a maior taxa de vacância da cidade nos últimos anos.
Em janeiro de 94, a taxa ficou em 23,8% na marginal Pinheiros. Isso equivale a dizer que de cada 1.000 m2 de escritórios na região, 238 m2 estavam vazios.
Embora a região central não faça parte do estudo da Mackenzie Hill, o local também apresenta muitas áreas comerciais vazias.
Nesse caso, o problema é agravado pela deterioração do centro e pelas condições precárias dos prédios antigos localizados na região.
Hubert Gebara, 58, diretor da Hubert Imóveis, diz que hoje ``a oferta ainda é grande, mas que há seis meses a situação era pior".
``Nos últimos meses tem aumentado a procura por escritórios para alugar", diz. A Hubert Imóveis atua principalmente no centro.

LEIA MAIS sobre mercado de escritórios na pág. 10-7.

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