São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994
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Kohl é o favorito na eleição da Alemanha

SILVIA BITTENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE BERLIM

O chanceler federal da Alemanha, Helmut Kohl, chega às eleições de hoje para o Parlamento na condição de candidato favorito.
O partido de Kohl, a conservadora União Democrática Cristã (CDU), aparece nas últimas pesquisas com cerca de 43% dos votos, aproximando o chanceler da conquista de seu quarto mandato.
Em segundo lugar vem o Partido Social Democrata (SPD), cujo candidato a chanceler (primeiro-ministro) é Rudolf Scharping, com cerca de 37% dos votos.
A eleição de Kohl, porém, não está certa. Coligada com a União Social Cristã (CSU) e com os liberais (FDP), a CDU obteve nos últimos 12 anos a maioria necessária no Parlamento para sustentar o governo Kohl.
Mas o FDP, que sempre contou com eleitores fiéis entre profissionais liberais e empresários, sofreu grandes derrotas nos últimos pleitos estaduais.
As pesquisas indicam que os liberais podem chegar hoje, mas ``raspando", aos 5% dos votos exigidos para o ingresso no Parlamento da Alemanha.
Especula-se, então, no caso de mais uma derrota do FDP, sobre uma grande coligação entre democrata-cristãos e social-democratas, com Helmut Kohl chanceler.
Em oposição à atual coligação liberal-cristã, aparece com chances de conquistar algumas cadeiras no Parlamento, além do SPD, o partido de esquerda Aliança 90/Verdes, que reúne os ``verdes" alemães-ocidentais e grupos de defesa dos direitos civis da extinta Alemanha Oriental.
As pesquisas dão aos ``verdes" cerca de 7% dos votos. Mantidos esses números, o SPD também tem chances de eleger Scharping chanceler, se se coligar com os ``verdes".
Outra possibilidade seria um apoio do Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do partido socialista que governava a antiga Alemanha Oriental e que aparece agora com chances de estar representado no Parlamento Federal.
O SPD se elegeu no Estado da Saxônia-Anhalt com um apoio informal do PDS.
O fato levou a CDU a sugerir, na campanha eleitoral, a proximidade entre social-democratas e comunistas.
Para o Parlamento Federal, o SPD afirma descartar esse apoio de forma categórica.

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