São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994 |
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Banda leva jazz ao terreiro
LUÍS ANTÔNIO GIRON
Este vive alta estação. A produção anda intensa e de qualidade razoável. O desassossego estético domina a alma das novas bandas, do mangue-beat aos experimentos no rap e no som dançante. O acid jazz da UB tem cripto-rebolado ``cool" da mulata inzoneira. Miles Davis e LL Cool J se juntam a Cassiano nas gostosinhas composições de Will Robson e Eugênio Lima. Leva o jazz ao terreiro. Nada a ver com o engajamento de US3 ou o ascetismo politicamente correto de Digable Planets. As letras são estilo Sabrina vai ao funk, ``vamos dançar, vamos amar, vamos ouvir Billie Holiday, black, cool, jazz e Miles". Um rap bom moço, falado com dicção culta de classe média. Mas a ingenuidade se dilui no ritmo cadenciado e nas boas melodias. A cantora Paula Lima é uma revelação: voz trovejante, ataques precisos, interpretação eficaz. Leva jeito no jazz. A banda se esmera nos arranjos. Há qualquer miasma da bonomia da banda Black Rio no piano digressivo, nos solos de sax e na levada da base rítmica. Mas, principalmente, há um estilo que se esboça e promete. (LAG) Texto Anterior: Unidade Bop produz acid jazz à brasileira Próximo Texto: Rap paulista varia a batida Índice |
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