São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Pescadores proibiam esporte no inverno

FELIPE FERNANDES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Antes de 1986, poucos surfistas visitavam o Sul durante o inverno. O problema não era o frio, mas a temporada de pesca da tainha.
Entre o fim da Páscoa e julho, os pescadores costumavam fechar 90% das praias catarinenses. As exceções na ilha eram a praia Mole, o pico do Camping da Barra e a praia da Joaquina.
Alegando que os surfistas espantavam os cardumes de tainha, os pescadores faziam as leis na costa e proibiam o surfe.
E acabaram desagradando aqueles que, durante os verões, alugavam suas precárias habitações de madeira e comiam em seus ``restaurantes caseiros".
Lógico que nos dias de ondas boas os conflitos eram inevitáveis.
Por causa desse bloqueio, durante anos muitas ondas quebraram vazias nos dias de inverno, permanecendo esquecidas até o verão.
Nos meses quentes, Santa Catarina entrava novamente na rota do circuito brasileiro de surfe profissional e das viagens feitas pelos ``free-surfers", principalmente, gaúchos, paulistas e cariocas.
Após quatro anos no litoral catarinense, o Hang Loose Pro Contest foi transferido da praia da Joaquina para o Guarujá (SP).
Mas o potencial surfístico local já estava consolidado.
Livres das disputas pelas praias com os pescadores, hoje os surfistas podem escolher onde e quando entrar no mar, geralmente sem o excessivo ``crowd" do verão.

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