São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Investimento externo alcançará US$ 49 bi

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O investimento estrangeiro no Brasil pode chegar a US$ 49 bilhões nos próximos quatro anos, de acordo com pesquisa da Câmara Americana de Comércio-SP.
Até hoje o total dos investimentos estrangeiros diretos alcança a soma de US$ 76 bilhões. As empresas transnacionais dos EUA são responsáveis por 30% desses investimentos.
A pesquisa, que avaliou a situação futura do país, foi feita após a confirmação da eleição de FHC.
A pesquisa de opinião ouviu uma amostra de 161 associados entre o quadro total de 850 sócios da Câmara Americana.
Cerca de 63% dos entrevistados disseram que vêem ``com muito mais confiança" os próximos quatro anos para o Brasil.
O vice-presidente executivo da Câmara, John Mein, disse que os resultados da pesquisa indicam que o empresariado americano começa a transformar em confiança a sua esperança de ver o país de volta nos trilhos do desenvolvimento.
À uma pergunta sobre quem deveria ser o ministro da Fazenda do futuro governo FHC, 36% escolheram o nome do atual ministro Ciro Gomes, enquanto 22% indicaram o senador eleito José Serra.
Segundo a pesquisa, a vitória de FHC provocou uma alteração positiva nos planos de novos investimentos das empresas no Brasil. Para 43%, nenhuma alteração será feita, enquanto que para 21% dos entrevistados, novos investimentos ainda estão em estudos.
O empresariado americano, revela a pesquisa, deseja que a estabilidade monetária e o crescimento econômico sejam acompanhados por medidas para o resgate da dívida social do país.
Investidores estrangeiros reunidos ontem em Brasília consideraram positivas as medidas de controle do consumo e do ingresso de dólares, mas reclamaram da taxação sobre as Bolsas.
O encontro foi promovido pela corretora inglesa Baring Securities, especializada em ações e que aplica US$ 3 trilhões no mundo.
Convidado para o encontro, o presidente do Banco Central, Pedro Malan, teve dificuldades em explicar aos investidores a decisão de taxar em 1% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) o capital externo nas Bolsas.
``Não há uma razão técnica para a medida", disse Malan, segundo o relato de investidores ouvidos pela Folha. Eles consideraram a resposta de Malan ``muito vaga".
Na interpretação dos investidores, a taxação não foi criada para inibir a entrada de capital externo nas Bolsas, mas para sinalizar aos investidores que uma taxação mais alta pode vir a qualquer momento.
Segundo o diretor da Baring em São Paulo, Roberto Serwaczak, a medida transmite a impressão de risco maior nos investimentos.

Colaborou a Sucursal de Brasília.

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