São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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É melhor prevenir, diz Gesner

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo previa uma pressão de consumo ``excessiva sobre a economia"no último trimestre do ano. As medidas adotadas anteontem têm por objetivo abortar este movimento, que poderia gerar mais inflação.
A afirmação é do secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gesner Oliveira, para quem seria arriscado deixar que a oferta passasse por este teste. ``É melhor prevenir do que remediar."
Se nenhuma medida fosse adotada, o consumo em dezembro poderia crescer 33% sobre novembro. ``É muito forte", diz.
Segundo o governo, entre janeiro e agosto o consumo cresceu 40%. Os bens duráveis tiveram incremento de 80%; os semi-duráveis, de 66%; e os não-duráveis, de 12%. ``A demanda estava mais excitada no setor mais elástico (responde mais facilmente) ao crédito."
Gesner diz que o governo, com as medidas, procura ``comprar tempo para duas coisas: 1) a oferta reagir; 2) viabilizar as reformas, especialmente o ajuste fiscal em bases permanentes." Ele qualifica as medidas de ``temporárias".
O secretário-adjunto afirma ainda que existia o ``risco" de o consumo excessivo criar espaço para a generalização da indexação. ``Um dos objetivos foi desestimular este tipo de prática, que pode ter impacto na inflação."
Gesner descartou o ``choque dos juros", que prejudicaria ``o ajuste fiscal, teria impactos negativos sobre a oferta de produtos agrícolas e faria crescer a oferta de dólares". Mas admitiu a possibilidade de ``pequenas correções nas taxas".
Com relação à taxação dos investimentos estrangeiros nas Bolsas, Gesner foi enfático: ``A taxação é pequena. O governo não quer desestimular o ingresso de capital para as Bolsas, mas a prioridade absoluta é estabilizar os preços."

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