São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994 |
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Pedetista propõe CPI da Fraude RAQUEL ULHÔA RAQUEL ULHÔA; SÉRGIO TORRES
Segundo Miro, a decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de anular as eleições de 3 de outubro ``é boa, mas incompleta". Ele teme que isso signifique uma ``queima de arquivo". Miro defende a recontagem dos votos das eleições fluminenses, para efeito de prova criminal. ``A recontagem pode indicar os candidatos beneficiários das fraudes." O deputado vai começar a colher as assinaturas necessárias à criação de uma CPI mista (195) assim que terminar o processo eleitoral. Ele acredita que em 60 dias a CPI concluiria os trabalhos. Uma das maiores provas da ocorrência de fraudes nas eleições fluminenses, segundo Miro, foi o baixíssimo índice de abstenções. ``Em dois municípios, Belfort Roxo e Itaperuna, houve abstenção zero em algumas urnas, menos de 10% na maioria e, em todas, a média foi inferior à nacional, de 19%", afirmou Miro. A decisão de anular a eleição foi considerada incompleta na Câmara dos Deputados. Parlamentares ouvidos pela Folha defendem a realização de nova eleição também para os cargos majoritários –senador, governador e presidente da República. O deputado José Thomas Nonô (PMDB-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, concorda com Teixeira. Ele considerou ``estranha" a anulação apenas da eleição proporcional. ``Se houve fraude, houve corrupção na eleição. É um processo único", afirmou. O deputado Paulo Delgado (PT-MG) defende novas eleições em todo o país. ``O Rio pode ser o único a ter denunciado o que pode ter ocorrido no resto do país. Seria o caso de refazer toda a eleição nacional", disse. A deputada Sandra Cavalcanti (PPR-RJ) acha que a decisão do TRE deveria ter maior abrangência. Ela suspeita que as cédulas da eleição majoritária, de cor amarela, também tenham sido fraudadas. Crime organizado O procurador-eleitoral do Rio, Alcyr Molina, disse ontem à Folha que os partidos insatisfeitos com a anulação da eleição estão ligados ao ``crime organizado e às quadrilhas de fraudadores". ``É muito estranho a população estar de um lado e os políticos do outro. Esta nova eleição vai varrer esta turma", afirmou. Molina disse que a nova eleição não significará o fim das investigações sobre as fraudes ocorridas no primeiro turno. Segundo ele, a PF (Polícia Federal) e o MP (Ministério Público) buscam novos envolvidos nas irregularidades a partir de pistas de fraudadores já identificados. Colaborou SERGIO TORRES, da Sucursal do Rio Texto Anterior: Partidos se opõem à nova eleição no Rio Próximo Texto: PF vai checar antecedentes Índice |
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