São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994 |
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Presidente russo sugere a FHC relação `olho no olho'
CLÓVIS ROSSI
A expressão foi empregada pelo presidente da Rússia para enfatizar a necessidade de intensificar, além das relações entre os dois países, o canal de comunicação pessoal entre seus chefes de governo. Na mesma linha, Ieltsin propôs que se falassem por telefone sempre que necessário. Fernando Henrique Cardoso concordou com idêntico entusiasmo, tanto que convidou Ieltsin a visitar o Brasil, depois de ter recebido sugestão para voltar à Rússia após a posse. O encontro entre os dois durou meia hora, a partir das 12h (7h em Brasília), no edíficio do Kremlin em que Ieltsin despacha, e não estava no programa de FHC, que viajou a Moscou em caráter particular. Mas não podia, como é óbvio, deixar de aceitar sondagem do presidente russo para um encontro. FHC lembrou a Ieltsin que tem ``grande interesse pessoal" na Rússia, país que já visitou por cinco ou seis vezes. Os dois interlocutores trocaram as frases de praxe sobre a necessidade de incrementar o relacionamento bilateral, que, segundo Ieltsin, ``não é tão intenso quanto seria necessário". De fato, não é: as trocas comerciais não vão além de US$ 500 milhões/ano. Concordaram, igualmente, em cooperar nos foros internacionais, até porque têm visões semelhantes a respeito da inserção de cada um de seus países. Ieltsin disse que ``Brasil e Rússia são dois grandes países, o que lhes dá especial responsabilidade", inclusive nos foros internacionais. FHC devolveu: ``Países continentais (caso de Brasil e Rússia) têm problemas comuns e afinidades na maneira de atacá-los". Mais: por se tratar de países não-ligados aos blocos em formação no mundo, ``aumenta muito a nossa responsabilidade, inclusive na coooperação internacional", disse o brasileiro. Texto Anterior: Furacão verbal ; Com a barriga ; Olho vivo ; Antes e depois ; Bens devolvidos; Chegando junto; Intrigante; Visitas à Folha Próximo Texto: Eleito repele agressão a EUA Índice |
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