São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Eleito repele agressão a EUA

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL À RÚSSIA

Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem uma ``relação natural" com os Estados Unidos, ao comentar o telefonema da véspera que lhe dera o presidente norte-americano, Bill Clinton.
Por natural, FHC entende um relacionamento ``sem agressões, que advêm de um complexo de inferioridade, nem subserviência, que advém das mesmas razões".
O diálogo telefônico com Clinton acabou funcionando como uma maneira de FHC estender-se mais sobre um tema –a política externa brasileira– que ficou praticamente de fora da campanha.
Está claro que a grande linha é o relacionamento multilateral. ``O Brasil não exclui um relacionamento unidirecional, mas não pode se limitar a ele", afirmou o presidente eleito.
Ou seja, as relações com os Estados Unidos serão apenas um dos eixos pelos quais passará a diplomacia brasileira. ``Europa, Japão e a Ásia em geral continuam sendo fundamentais", diz FHC.
Mais fundamental é o Mercosul (associação entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).
Tão fundamental que FHC defendeu ontem que o relacionamento do Brasil com o Nafta (sigla em inglês de Zona de Livre Comércio Norte-Americana, formada por EUA, México e Canadá) se dê pela fórmula quatro mais um.
Traduzindo: os quatro países do Mercosul negociarão em conjunto com o Nafta.
No final da tarde, FHC viajou para São Petersburgo, a antiga capital imperial, que já foi chamada de Leningrado durante o período comunista.
Hoje, também no final da tarde, vai para Budapest (Hungria), cidade em que permanece até segunda-feira. Depois, Praga (República Tcheca) e a volta ao Brasil, via Paris, no dia 27.

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