São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Supermercados mantêm vendas

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os supermercados mantêm suas previsões de aumento de vendas neste final do ano apesar das medidas de restrição ao consumo, divulgadas anteontem pelo governo.
Firmino Rodrigues Alves, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados) disse ontem em São Paulo que o ``pacote" de restrição ao crédito não deve prejudicar as vendas e que o setor vai encerrar o ano com crescimento de 10% em relação a 93.
``As encomendas para as festas de final de ano continuam fortes, apesar das medidas do governo."
Segundo Firmino, a população continuará comprando alimentos, item que representa mais de 80% das vendas do setor.
A preocupação da Apas refere-se ao possível aumento dos juros. ``Neste caso, poderemos receber dos fornecedores duplicatas com juros embutidos e aí será difícil não repassar aos preços."
Para Valder Vasconcelos, diretor do Paes Mendonça, em São Paulo, mesmo o aumento de juros não trará remarcações de preços.
``Se houver novos juros embutidos, a negociação com os fornecedores ficará mais difícil. Mas não acredito em repasse de preços. O consumidor não aceita."
Vasconcelos também não acredita em queda de consumo. ``O ritmo de crescimento das vendas será mais lento, mas continuará."
Para Vasconcelos, os eletrodomésticos e demais bens duráveis, que representam menos de 20% de suas vendas, podem registrar alguma queda de consumo, devido às restrições ao crédito. ``Talvez a população corte os supérfluos."
Já Firmino, da Apas, afirmou que as medidas foram anunciadas muito próximas ao final de ano. ``O consumidor já havia planejado comprar a sua geladeira e não vai cortá-la da lista agora." Para ele, ou as pessoas vão se endividar ou deixar de poupar para garantir o consumo do final do ano.

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