São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994 |
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Violência nos estádios cresce 26,5% em 94
UBIRATAN BRASIL
``Normalmente o número cresce quando se aproxima a fase decisiva dos campeonatos. Neste ano, a confusão da torcida do Santos com a do Vasco, no mês passado, antecipou a época", explica o tenente-coronel Gérson Resende, comandante do Batalhão. Mais que a antecipação dos grandes confrontos, o que preocupa a polícia é a sofisticação com que os torcedores, especialmente os membros de facções organizadas, aprimoram as armas de briga. Na sede do Batalhão de Choque, no bairro da Luz (centro de São Paulo), há uma exposição dos principais objetos apreendidos: lanças, tacapes, chacos, soco inglês e outros. ``São de fabricação caseira e os torcedores tentam esconder a arma pelo corpo", conta o capitão Cleodir, do Batalhão de Choque. As artimanhas são muitas –o soco inglês foi confiscado de dentro do tênis de um torcedor. ``Como o detector de metais normalmente é passado até as canelas, o soco não era descoberto", disse o capitão que, percebendo a incidência da arma nas arquibancadas, aumentou a fiscalização e apreendeu mais de uma dezena. Outra maneira de burlar a vistoria é o trabalho para confeccionar bombas caseiras. Enquanto um torcedor carrega as bolas de gude escondidas na cueca, outro cuida de esconder a pólvora e o saco plástico. A revista normalmente não consegue descobrir o material. Com a pólvora embalada nas bolinhas, um simples atrito provoca uma potente explosão. A torcidas organizadas aproveitam também algumas facilidades das leis para provocar confusão. Neste Campeonato Brasileiro, os policiais notaram que a incidência de menores aumentou nas áreas de separação das torcidas. ``Eles provocam os rivais e, como são menores, não são presos nem agredidos", diz Resende. Texto Anterior: Mundial será palco de vigor e técnica Próximo Texto: Garrafa de plástico Índice |
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